Protógenes Queiroz anuncia amanhã filiação política

O delegado afastado da Polícia Federal (PF) Protógenes Queiroz anuncia às 14 horas de amanhã, em coletiva de imprensa no Hotel São Paulo Inn, no centro da Capital, por que partido sairá candidato ao Legislativo em 2010. Desde que anunciou o desejo de disputar as eleições do ano que vem, no final do ano passado, Protógenes tem sido cortejado pelo PCdoB, PSOL, PDT, PT e PV. O delegado que foi mentor da Operação Satiagraha, que culminou na prisão do banqueiro Daniel Dantas, mantém segredo sobre a legenda escolhida. Amigos de Protógenes confidenciam que ele tomou a decisão na última semana. Estava em dúvida entre o PDT e o PCdoB. “Aguardamos com ansiedade a resposta dele. Até o momento, Protógenes não disse nada”, disse a presidente paulista do PCdoB e membro da Executiva Nacional da sigla, Nádia Campeão.

A reportagem da Agência Estado entrou em contato com o presidente de todas as siglas que fizeram convite a Protógenes. Os dirigentes dos cinco partidos receberam com surpresa a informação de que o delegado anunciará amanhã a sua decisão. “Não sabia que era amanhã. Devo entrar em contato com ele (Protógenes) hoje”, disse o presidente paulista do PDT, o deputado federal Paulo Pereira da Silva. Desde a semana passada, Protógenes tem ressaltado em seu blog na internet que o anúncio ficaria para o dia 4 de setembro. No último artigo publicado no veículo digital, ele ainda afirma que os políticos brasileiros “não perdem por esperar” a sua candidatura. De acordo com o delegado afastado, ele irá iniciar “uma satiagraha brasileira contra a corrupção”.

A disputa dos partidos pelo passe de Protógenes deve-se à grife que o delegado criou durante a Operação Satiagraha. Como aponta o cientista político do Insper Carlos Melo, o fato de Protógenes ter colocado atrás das grades o banqueiro Daniel Dantas, o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta e o megainvestidor Naji Nahas deve render bons dividendos eleitorais ao partido escolhido pelo delegado. “Eles se transformou em uma celebridade do universo político por lutar contra o crime de colarinho branco”, lembra o cientista. “Isso deve puxar muitos votos para a legenda a que ele aceite se filiar”, frisou.