Processo contra Requião sem sentença

O processo em que a publicitária Cila Schulmann acusa o governador Roberto Requião de calúnia, injúria e difamação poderia ter sido sentenciado ontem, mas a controvérsia nos últimos depoimentos fez o juiz Marcos Vinicius da Rocha Loures Demchuk, da 16.ª Vara Cível de Curitiba, adiar a decisão.

Requião é réu do processo por declarar ter ouvido do empresário Darci Fantin que R$ 10 milhões pagos a ele pelo governo do Estado para obras em uma estrada teriam sido destinados à publicitária para a campanha de Beto Richa à prefeitura, em 2002. Em depoimento prestado em 26 de fevereiro, o governador reafirmou a declaração e disse, ainda, que o ex-procurador-geral do Estado, Sérgio Botto de Lacerda, e o chefe de cerimonial do governo, Jacir Bergmann II também teriam ouvido a mesma história de Fantin.

Ontem, Jacir, Botto e Fantin foram ouvidos pelo juiz, mas os depoimentos foram bastante diferentes. Botto e Jacir contaram praticamente a mesma versão para o caso. Disseram que ouviram do próprio governador a história dos R$ 10 milhões usados na campanha de Richa, mas que, em 2006 participaram de um almoço com Fantin em que o assunto foi mencionado. ?Ele chegou a tocar no assunto, mas não citou valores e nem se o dinheiro foi usado em campanha, pois disse a ele que já sabia de toda a história por ter ouvido do governador?, contou Botto. Bergmann II praticamente repetiu tal versão.

Já em seu depoimento, Darci Fantin disse nunca ter conversado sobre esse assunto com o governador e nunca ter participado de almoço com Botto e Jacir. ?Logo após assumir o governo, o Requião me ligou dizendo que eu tinha roubado dinheiro do governo e repassado para a Cila Schulmann, a quem nem conheço. Fui ao Palácio Iguaçu e disse que ele estava sonhando?, afirmou o empresário.

Com as diferentes versões ouvidas na tarde de ontem, o juiz preferiu não dar a sentença de imediato, concedendo aos advogados das partes envolvidas prazo até o próximo dia 11 de maio para entregar suas alegações finais por escrito. Ainda não há previsão de data para a sentença. 

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