Prefeitos do PMDB engrossam o barco do PT

Rompida a aliança com os tucanos, a coordenação geral da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à reeleição intensificou o assédio sobre o governador Roberto Requião (PMDB) para romper a neutralidade do peemedebista na sucessão presidencial. Além de o coordenador da campanha de Lula no Estado, Jorge Samek, estar trocando telefonemas diários com Requião, a coordenação está envolvendo os prefeitos peemedebistas na campanha.   

O ex-deputado Pedro Tonelli comunicou ontem a Samek que já tem o compromisso de apoio de dez prefeitos do PMDB na região sudoeste a Lula. E outros dez estão conversando com o PT. Já declararam apoio a Lula os prefeitos de Ampére, Honório Serpa, Itapejara do Oeste, Planalto, Pranchita, Salto do Lontra, Vitorino, Dois Vizinhos, Pinhal de São Bento e Santo Antônio do Sudoeste.

Tonelli disse que a adesão dos prefeitos peemedebistas já estava sendo articulada antes do fim da aliança entre tucanos e Requião no Estado. Mas que a anulação do acordo facilitou a aproximação. Os prefeitos vão formalizar o apoio a Lula na sua visita a Foz do Iguaçu, na próxima semana, dia 24, quando o presidente participa de um encontro com prefeitos e empresários.

Para o ex-deputado, que está colaborando com a coordenação da campanha de Lula no sudoeste, o apoio dos prefeitos peemedebistas pode ajudar o governador a se reaproximar do palanque petista para a sucessão presidencial. ?O governador fortaleceria a campanha do Lula no Paraná. O presidente está crescendo lentamente na região sul. E acho que a vinda dos prefeitos pode ajudar, não só agora na campanha, mas também depois na governabilidade de um segundo mandato de Lula?, afirmou.

Linha aberta

O diálogo entre Samek e o governador do Paraná está fluindo. Embora Requião tenha preferido se manter neutro na sucessão presidencial, até agora, lideranças do PT do Paraná acreditam que, mais cedo ou mais tarde, Requião ainda vai ceder aos apelos para apoiar novamente Lula. A avaliação é que com o desmonte do núcleo de apoio que estava se formando no PMDB para Alckmin, a ala pró-Lula possa se fortalecer internamente pressionando Requião a assumir uma posição.

Dispostos a capitalizar para Lula as perdas provocadas na candidatura de Alckmin no Paraná pela decisão da direção nacional de romper a aliança com o PMDB paranaense, a coordenação da campanha petista está cercando também o presidente da Assembléia Legislativa e ex-candidato a vice-governador na chapa de Requião, o deputado tucano Hermas Brandão. Ontem, o tucano afirmou que conversou com Samek e o ministro do Planejamento Paulo Bernardo como emissários de Lula, mas ainda não rompeu seus compromissos com o PSDB e seu candidato a presidente. ?Eu estou em relação ao Alckmin como aqueles namorados que brigam. Eu estou esperando ser reconquistado?, brincou o presidente da Assembléia Legislativa. Depois reconsiderou: ?Eu vou analisar as propostas dos candidatos?.

Reforço

A partir de hoje, até a próxima semana, a campanha de Lula no Paraná ganha o reforço de alguns ministros. Segundo informou a coordenação da campanha de Lula, hoje, 16, estará na cidade o ministro Luiz Marinho, do Trabalho. Ele vai fazer uma visita à central do Projeto de Inclusão de Pessoas com Deficiência do banco HSBC. O ministro do Trabalho conversa com sindicalistas. Amanhã, virão os ministros Paulo Sérgio Passos, dos Transportes, e Paulo Bernardo, do Planejamento. Os dois vistoriam, na região metropolitana, a conclusão das obras de pavimentação da BR-476, a Estrada da Ribeira. Na semana que vem, estão agendadas as visitas dos ministros Gilberto Gil, da Cultura, e Tarso Genro, das Relações Institucionais. 

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