Políticos negam participação no esquema Copel-Olvepar

Os políticos paranaenses mencionados em depoimento anexado à denúncia encaminhada pelo Ministério Público Federal (MPF) ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), contra o ex-governador Jaime Lerner e o conselheiro do Tribunal de Contas Heinz Herwig, por envolvimento na operação de compensação de créditos entre a Companhia Paranaense de Energia (Copel) e a empresa Olvepar reagiram à citação de seus nomes.

O prefeito de Curitiba Beto Richa (PSDB), os deputados estaduais Durval Amaral (DEM) e Valdir Rossoni (PSDB) e o secretário-chefe da Casa Civil Rafael Iatauro negaram qualquer envolvimento com o esquema denunciado.

Em nota enviada ontem à redação dos jornais O Estado do Paraná e Tribuna do Paraná, Richa ?rejeitou veementemente a tentativa de envolvimento de seu nome? no caso Copel-Olvepar. O prefeito negou que o conselheiro Heinz Herwig tenha sido um dos coordenadores de sua campanha ao governo do Estado em 2002. ?Nessa mesma época, Heinz Herwig já atuava como conselheiro do Tribunal de Contas do Paraná e, portanto, não teve qualquer participação no processo eleitoral?. Richa lembrou que o coordenador de sua campanha ao governo em 2002 foi o ex-deputado Fabiano Braga Cortes.

O prefeito disse ainda que ?as ilações veiculadas com base em informações infundadas têm o claro objetivo de confundir a opinião pública às vésperas de uma nova campanha eleitoral? e finalizou declarando que repudia tentativas de criar constrangimentos ou envolver seu nome em notícias desencontradas.

O deputado estadual Durval Amaral também emitiu nota dizendo estar perplexo com ?a informação incorreta de que tenha envolvimento nesse tema?. ?Ao ler a matéria, procurei me inteirar do assunto. Resta pública a conclusão de que eu não sou parte nesta ação?, diz parte da nota. Durval Amaral, que em 2002, ano em que ocorreu a irregularidade, era líder do governo na Assembléia encerra dizendo que, à época, ?a minha vida pública, portanto, estava circunscrita então, como até hoje, a minha atividade parlamentar, da qual muito me orgulho?.

O líder da oposição na Assembléia também estranhou o envolvimento de seu nome na denúncia. Valdir Rossoni disse desconhecer qualquer referência ao seu nome na denúncia do Ministério Público e informou que ?sequer foi investigado durante o inquérito?. O deputado classifica a denúncia como caluniosa e ?indaga quais interesses teriam motivado esse fato?. Para ele, o envolvimento de seu nome tem ?a clara intenção de denegrir sua imagem como deputado líder da oposição e também atingir a Assembléia Legislativa do Paraná?.

O secretário-chefe da Casa Civil, Rafael Iatauro, voltou a declarar que desconhece o envolvimento do seu nome em qualquer denúncia do Ministério Público Federal, ?mesmo porque, nunca foi chamado para dar nenhuma explicação sobre o caso?. Iatauro diz ter certeza que jamais recebeu algum dinheiro de Heinz Herwig.

Conforme informou a matéria intitulada ?Caso Olvepar: lista de envolvidos é maior?, publicada na edição de ontem de O Estado do Paraná, Beto Richa, Durval Amaral, Valdir Rossoni e Rafael Iatauro, além do conselheiro do Tribunal de Constas Hermas Brandão, do empresário Sílvio Name e do ex-secretário de governo Guaraci Andrade não são objeto da denúncia do Ministério Público Federal ao Superior Tribunal de Justiça. A denúncia é apenas contra o ex-governador Jaime Lerner e contra o conselheiro Heinz Herwig. Os demais nomes, como explicava a matéria, constam em um trecho de um depoimento de autoria não identificada que é reproduzido na denúncia. Tal depoimento, com as referidas citações, consta na folha 159 do apenso 29 do inquérito enviado pelo Ministério Público Federal ao STJ.

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