Polícia investiga suspeito de morte de agricultor no PA

Um suspeito de matar, no último dia 9, o agricultor Obede Loyola Souza, no acampamento Esperança, em Pacajá, no sudeste do Pará, está sendo investigado pela polícia. O delegado Rainero Costa Luz, da delegacia do município e responsável pelo caso, informou que pessoas conhecidas de Souza já foram ouvidas no inquérito e outras ainda serão chamadas a depor nos próximos dias. O nome do suspeito, por enquanto, não será divulgado.

A causa mais provável do crime, não confirmada pela polícia, seria uma briga entre acampados. “Não posso entrar em detalhes sobre o que está contido nos depoimentos para não atrapalhar as investigações”, esquivou-se Luz.

Perguntado sobre a motivação do crime, o delegado declarou que ainda é cedo para falar sobre isso.

Para ele, seria precipitado também apontar um culpado pela morte enquanto a investigação não estiver concluída. Uma equipe de mais de dez policiais civis, sob o comando dos delegados Daniele Bentes, da Divisão de Homicídios, e Rainero Costa Luz, da delegacia de Pacajá, investigam o crime.

A delegada Daniele explicou que no sábado uma equipe de policiais, com peritos do Instituto Médico Legal (IML) de Belém, deslocou-se para a região, onde fez a perícia do local do crime e a remoção do corpo para exame necroscópico. O corpo foi depois entregue à família para sepultamento, que ocorreu ontem.

Segundo Daniele, os indícios encontrados no corpo eram de que a vítima fora assassinada na quinta-feira, dia 9. Como o laudo ainda não ficou pronto, não é possível dizer quantos disparos mataram Souza nem que tipo de arma foi usada pelo criminoso.

A Comissão Pastoral da Terra (CPT) confirmou que Souza não estava em nenhuma lista de marcados para morrer nem era ligado a qualquer entidade de luta pela terra.

De acordo com Hilário Lopes, da CPT de Tucuruí, a esposa do agricultor, Ellen Cristina Silva, com medo de represálias de madeireiros, durante depoimento na delegacia de Tucuruí, teria omitido uma discussão que Souza teve com homens que transportavam madeira em caminhões pelo assentamento.

Lopes disse que a vítima não teria condenado a extração ilegal de madeira, mas reclamado que os caminhões tornavam a estrada de acesso ao acampamento Esperança intransitável, principalmente durante o período de chuvas na região.