O secretário-geral do diretório estadual do PMDB do Paraná, João Arruda, está anunciando que o partido vai ampliar o controle sobre as novas filiações a partir do próximo ano. O comando do governo do Estado tem sido um chamariz de fisiológicos para o PMDB, disse Arruda, defendendo a implantação de uma política de valorização dos peemedebistas mais antigos, os históricos.
?É muito difícil administrar um partido que governa o Estado. A gente acaba sendo muito assediado pelos políticos fisiológicos, que querem ficar muito próximo ao poder, e acabamos deixando de lado companheiros históricos. Isto terá de ser revisto em 2008. Temos de extirpar os falsos, os fisiológicos e privilegiar os peemedebistas históricos?, afirmou o secretário-geral do PMDB.
Arruda explicou que se trata de uma medida, cujos efeitos serão sentidos a longo prazo. Ele citou que, entre 90 e 94, durante a primeira administração do PMDB no governo do Estado, o partido teve um crescimento acima da média. Quando acabou o mandato, houve um êxodo partidário, disse. ?Quando o Requião saiu do governo, foi necessário reconstruir o partido e começar do zero. Porque aqueles que entram sem compromisso, só para ficarem próximos do poder e se beneficiar, saem quando acaba o mandato. E quem comanda o processo de reconstrução são os históricos?, disse.
Interferências
Neste ano, o PMDB reformulou a maioria dos diretórios municipais. Para manter estes diretórios em mãos de peemedebistas comprometidos com o projeto do partido, é necessário conter as ingerências, sobretudo dos deputados, disse o secretário-geral. Muitos deputados filiam prefeitos, que já querem entrar no partido comandando os diretórios municipais. ?Eles entram e já pedem a dissolvição da executiva para assumir o mando político. Nosso interesse é filiar pessoas que tenham identidade com o partido e não apenas um projeto temporário de poder?, afirmou.
Nesta fase de pré-campanha eleitoral, o diretório estadual está monitorando as negociações sobre as alianças à eleição do próximo ano. O partido tem um protocolo de intenções para se coligar preferencialmente com PT e PC do B e estuda incluir o PV no acordo. ?Em setembro passado o PMDB criou o programa ?Fala Companheiro?, que faz parte do Plano de Trabalho Eleitoral (PTE). A partir daí estamos analisando caso a caso as possibilidades de alianças nos principais municípios do Estado, as reivindicações e as dificuldades políticas percebidas pelos filiados da agremiação. De posse dessas informações, estamos construindo as propostas e os programas de governo para os candidatos do partido em 2008, bem como os entendimentos eleitorais?, explicou o secretário-geral.