Sucessão

PMDB busca aproximação com o PDT

Ainda que de maneira informal e timidamente, foi aberta a primeira fresta para o diálogo entre PMDB e o PDT sobre a sucessão estadual do próximo ano. Um café da manhã no apartamento do senador Osmar Dias (PDT) em Curitiba tendo como convidado especial o líder do governo na Assembleia Legislativa e vice-presidente estadual do PMDB, Luiz Claudio Romanelli, foi o primeiro contato entre os dois partidos nesta temporada de articulações e especulações sobre as alianças e candidaturas ao governo em 2010.

O encontro foi acompanhado pelo presidente estadual do PDT, deputado estadual Augustinho Zucchi, que já vinha sinalizando há algum tempo que achava necessária uma conversa entre os dois partidos. Romanelli reafirmou ao pré-candidato do PDT ao governo que o seu partido também tem uma pré-candidatura, a do vice-governador Orlando Pessuti.

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Osmar: candidatíssimo.

Mesmo assim, o diálogo irá prosseguir, afirmou ontem o peemedebista, garantindo que, nesta primeira conversa, apenas apresentou a Osmar os vários cenários possíveis de alianças para o PMDB, nas eleições do próximo ano.

“Vamos conversar mais. Isso é um processo que tem toda uma dinâmica. Mas que fique claro que nós já temos uma discussão avançada em relação à candidatura do Pessuti”, disse o porta-voz do PMDB sobre as conclusões do encontro com o pedetista.

Romanelli relatou que o senador Osmar Dias deixou claro que será candidato em 2010, independente dos acordos externos, ou seja, com ou sem o apoio do PSDB. “Ele disse que será candidato em qualquer circunstância. Até mesmo só com o PDT”, disse o peemedebista.

Em que bases prosseguirão as próximas conversas, já que os dois partidos têm candidatos, quem vai definir é o governador Roberto Requião (PMDB), disse Romanelli. Ele disse que expôs ao senador as políticas públicas que são “a menina dos olhos” do governo peemedebista e algumas linhas de ação das quais o partido não abre mão. “Houve concordância na essência”, resumiu o líder do governo.

Proximidade

Arquivo
Zucchi: muitas afinidades.

Apesar da ruptura de 2006, quando Requião e Osmar se enfrentaram nas eleições ao governo, o presidente estadual do PDT disse que se mantém a proximidade entre a base parlamentar do PMDB e o senador Osmar Dias. “O Osmar trabalhou com a maioria dos deputados do PMDB quando era secretário da Agricultura”, afirmou Zucchi.

Ele disse que considera possível uma aliança com o PMDB se o partido estiver na composição da base aliada do governo Lula para a disputa presidencial de 2010. “Tudo é possível, especialmente se der aliança na base do governo do presidente Lula. O senador Osmar Dias e o governador Requião têm estilos diferentes. Mas em relação a um programa para o estado, tem mais coisas que aproximam do que diferenciam”, disse. Zucchi comentou que o PDT respeita a pré-candidatura de Pessuti. Mas que se e quando o PMDB decidir conversar sobre a aliança, o PDT está à disposição.