Comprando briga

Pessuti quer discutir em Brasília adesão do PMDB estadual ao governo Beto Richa

O ex-governador Orlando Pessuti pretende levar à discussão em Brasília a situação do partido no Paraná  no dia 15, durante o Fórum Nacional “O PMDB e os Municípios”, que reunirá lideranças de todo o país. Pessuti vai buscar o apoio da direção nacional para convocar o diretório estadual a examinar a decisão da bancada estadual de apoiar o governador Beto Richa (PSDB) na Assembleia Legislativa.

“O que eu vou propor é que o diretório seja convocado para dizer se está ou não de acordo com a decisão da bancada. Se o diretório concordar, está feito”, explicou o ex-governador, que não se conforma com a adesão da bancada ao bloco governista e a forma como a posição foi anunciada, sem consulta aos demais setores do partido.

De acordo com Pessuti, os deputados estão apoiando um partido, o PSDB, que está minando as bases do PMDB em todo o interior do estado e na região metropolitana de Curitiba.  “O nosso partido poderia ser independente na Assembleia porque eles decidiram apoiar um governo que está partindo para cima para desmontar o PMDB do Paraná”, declarou.

O diretório estadual pode ser convocado pela executiva ou por um terço dos seus integrantes no estado. Na executiva estadual, os deputados são maioria e já barraram um pedido semelhante apresentado pelo grupo contrário ao acordo com o governo tucano.

Há 46 anos no PMDB, Pessuti disse que não gostaria de ser obrigado a deixar o partido. “Minha vontade é permanecer num PMDB que se mantenha fiel à sua trajetória”, afirmou o ex-governador, que já admite a possibilidade de ingressar em um novo partido.

Para Pessuti, não é convincente a justificativa dos deputados estaduais para se incorporarem à base do governo. Eles argumentam que prefeitos e vereadores do partido estavam se transferindo para o PSDB e outras siglas aliadas ao governo tucano.  “De 1995 a 2002, nós  ficamos sozinhos na Assembleia Legislativa. E não apenas permanecemos na oposição como ainda posso dizer que foi um dos períodos mais ricos da minha vida parlamentar”, afirmou o ex-governador, referindo-se aos oito anos de governo de Jaime Lerner a quem o PMDB fez oposição.

O ex-governador citou que, em 1996, tinha vinte e um prefeitos em sua base de apoio. Em 1998, apenas seis ainda estavam com ele. “Naquela época também nossos prefeitos foram quase todos embora. Mas nossa posição não mudou”, comentou.