Pequenos formam bloco na Assembléia

O PSL, com apenas um parlamentar, o PSB, com dois deputados, o PL e o PTB, ambos com três representantes, estão em avançada negociação para constituir um bloco parlamentar na Assembléia Legislativa. Com a aprovação do novo regimento interno da Casa, no início do ano, as quatro siglas perderam o direito a um gabinete de liderança.

Agora, de acordo com as novas regras do regimento, para obter uma liderança o partido deve somar quatro ou mais parlamentares. Segundo o presidente da Assembléia, deputado Hermas Brandão (PSDB), "a diminuição do número de lideranças e o corte dos jetons permitiram uma economia aos cofres do Legislativo. No caso das bancadas, elas perderam o direito a um gabinete e aos cargos que mantinham".

Para o líder do PSDB, deputado Ademar Traiano, a medida corrige uma distorção do antigo regimento. "Não era justo que partidos com menos deputados na Casa e com menos votos nas urnas, tivessem o mesmo tratamento dos demais. Não se trata de ir contra as legendas com menor representação, mas é importante que se respeite a proporcionalidade dos votos e do número de integrantes na Casa."

O líder do PMDB, deputado Antônio Anibelli, compartilha da idéia: "A alteração era necessária. É justo que partidos com maior representação tenham uma estrutura maior, permitindo realizar um trabalho mais qualificado, já que contamos com mais funcionários e recursos para a preparação de projetos de lei".

Para o líder do PT, deputado Tadeu Veneri, a estrutura da liderança aglutina toda a força política da legenda: "Mesmo com a mudança, o novo regimento é válido para a minoria também. Pois sem a liderança, os deputados precisam se unir ainda mais para defender os seus interesses e do próprio partido", destaca.

O deputado Barbosa Neto, líder do PDT, lembra que "o espaço da liderança serve para divulgar a ideologia e o ponto de vista do partido. É um espaço nobre do parlamento e as pequenas siglas devem trabalhar para alterar essa situação nas próximas eleições".

O partido com bancada inferior a quatro deputados pode expor a posição do partido, uma vez por semana, durante cinco minutos no período destinado às comunicações de lideranças. A posição da legenda também pode ser manifestada durante a votação de proposições e projetos.

Líder do PFL na Assembléia, o deputado Plauto Guimarães ressalta que o trabalho de liderança, além de discutir as posições ideológicas, serve para unir e entrosar os parlamentares em torno da linha política da sigla. Para Cida Borghetti, que lidera o PP, a liderança deve ser encarada com seriedade e os partidos devem lutar por sua representação e para assegurar esse direito: "Até por isso, além da afinidade na linha política, o PP acabou convidando o deputado Geraldo Cartário para que fizesse parte do nosso quadro político", observa.

Blocos

Como forma de não prejudicar as legendas com menos de quatro parlamentares, o regimento interno da Casa prevê que essas siglas possam se juntar em blocos parlamentares, respeitando o mesmo número de integrantes das lideranças. Segundo o deputado Chico Noroeste (PL), sua bancada trabalha para incorporar mais um deputado aos seus quadros visando se enquadrar ao novo regimento: ?Caso contrário, vamos sentar e discutir a formação de um bloco com outro partido". Seguem nessa linha o PTB e o PSL, conforme informações dos deputados Luiz Carlos Martins (PSL) e Carlos Simões (PTB).

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