Paulo Bernardo critica CPI proposta por Alvaro Dias

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo (PT), disse ontem, 18, que a comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar a Petrobras é uma ação de inconsequência política do PSDB.

“É um caso flagrante de irresponsabilidade do PSDB e, principalmente, do senador Alvaro Dias”, atacou o ministro, em Curitiba, onde participou de audiência pública sobre o programa Minha casa minha vida, no plenário da Assembleia Legislativa.

Enquanto na Europa, os governos e as demais forças políticas, aliadas ou adversárias, esforçam-se para encontrar fórmulas que preservem suas grandes empresas, os tucanos vão na contramão, tentando desestabilizar uma das maiores empresas brasileira, comparou o ministro.

Para Bernardo, ao propor a CPI, o PSDB demonstrou sua despreocupação com o país em um momento de crise financeira internacional. “O PSDB gostaria de ter privatizado a Petrobras. Como não conseguiu antes, está detratando a empresa para, talvez, conseguir fazer isso no futuro”, criticou o ministro.

O deputado federal André Vargas (PT) informou que vai começar a coletar assinaturas na Câmara dos Deputados para criar uma CPI mista sobre a Petrobras. Segundo Vargas, na Câmara há um maior equilíbrio de forças para conduzir as investigações e evitar que denominou de “palanque eleitoral” tucano.

Em função de 2010, determinados senadores se arvoram à posição de delegados de polícia. E não é porque ele teve um lampejo de moralidade. É que com isso, uma CPI vira palanque eleitoral para desgastar o governo”, disse Vargas, afirmando que existe uma maioria no Senado que não está imbuída do propósito de esclarecer as operações da empresa, mas tem metas puramente eleitorais.

Ele criticou o senador Alvaro Dias, afirmando que o requerimento do tucano para a instalação da CPI é “genérico” e não aponta, com precisão, os indícios de irregularidades que sustentariam uma investigação.

“O que ele coloca já está sendo tratado pelo Tribunal de Contas da União. E se o TCU já está investigando por que, então, colocar o Senado no meio, a não ser para fazer luta política”, disse Vargas, afirmando que a oposição extrapolou o seu papel ao colocar uma das maiores empresas públicas do País em situação de vulnerabilidade devido às denúncias.

Sem consenso

Mas a criação de uma CPI mista não é consenso no PT. O senador Flávio Arns afirmou que é contra a proposta do colega de partido. “Não acho que seja necessário. Penso que o Senado é formado por ex-governadores, ex-ministros, e que todos têm muito cuidado no exame das matérias. Penso que essa é uma CPI mais adequada ao Senado”, disse Arns.

A instalação de uma CPI não deve ser vista como um problema para o governo ou a Petrobras, defendeu Arns. “Acho que se existem dúvidas, a melhor forma de fortalecer a empresa é esclarecer tudo. As explicações devem ser dadas em todos os momentos e sempre”, comentou o senador petista.