O diretório estadual do PMDB decidiu indicar o deputado estadual Caíto Quintana para integrar a nova executiva nacional do PMDB, que será eleita na convenção marcada para o dia 11 de março, em Brasília. O presidente do diretório estadual, Renato Adur, disse que o PMDB paranaense está sugerindo o nome de Quintana para a secretaria geral do diretório nacional.
A decisão de reivindicar a secretaria geral foi tomada antes mesmo de o PMDB paranaense definir se apóia a chapa do atual presidente Michel Temer ou se vai votar em bloco no ex-ministro Nelson Jobim. Adur disse que os peemedebistas do Paraná trabalham em favor de uma composição entre o ex-ministro e o atual presidente do PMDB.
O governador Roberto Requião vem mantendo contatos freqüentes com Jobim e Temer tentando articular um acordo. Os peemedebistas paranaenses não revelam, mas a tentativa é fazer com que Jobim se integre à chapa encabeçada por Temer. Requião irá ao Rio de Janeiro na próxima terça-feira, dia 27, onde discutirá o assunto com os demais governadores do partido, informou Adur.
A proposta da candidatura de Quintana coincidiu com o momento em que o deputado está postulando a presidência da Comissão de Constituição e Justiça da Assembléia Legislativa. Um dos quadros mais antigos e experientes do PMDB, Quintana não foi chamado para ocupar as lideranças do governo e da bancada. As duas principais funções do partido em plenário, e busca agora o comando da principal Comissão. Mas com a indicação para a direção nacional, a presidência da CCJ terá que ser entregue a um outro nome do partido ou haverá um acordo para manter o deputado Durval Amaral (PFL) na função.
A opção por Quintana foi justificada por Adur. Ele disse que o atual deputado estadual do PMDB tem uma longa vivência partidária, trânsito no PMDB de vários estados e reúne as melhores condições para ocupar um espaço nacional. Quintana foi vice-presidente do PMDB e ex-secretario da Casa Civil do governo. ?Ele é bastante conhecido no país?, reforçou o presidente do PMDB do Paraná.
Compromisso
O PMDB confia no compromisso de Temer que, na semana passada em Curitiba, disse que está reservado um lugar na sua chapa para o grupo do governador. Jobim vem ao Estado na próxima sexta-feira, dia 2. O argumento dos peemedebistas para entrar na executiva nacional é que o Paraná possui a segunda maior bancada do partido na Câmara dos Deputados – são oito cadeiras – e tem 48 delegados com direito a voto na convenção. O Rio de Janeiro é o maior colégio eleitoral.
O movimento pela unificação das chapas de Temer e Jobim não está restrito ao Paraná, disse Adur. No Congresso Nacional, há muitos deputados peemedebistas defendendo a mesma tese, disse o presidente do diretório estadual. O dirigente peemedebista cita que a possibilidade do entendimento existe e menciona o exemplo da deputada federal Iris de Araújo Resende, que desistiu de disputar a presidência do partido e entrou na chapa de Temer.
Os peemedebistas do Paraná acham que o fato de Requião ter sido reeleito e de o partido estar organizado em todos os municípios habilitam o diretório estadual a requerer um lugar no núcleo de comando nacional. A busca desse espaço obedece ao projeto de tornar Requião mais conhecido em todo o País e transformá-lo em uma opção para o partido na disputa presidencial de 2010.
O governador tem dito que este é seu próximo desafio eleitoral. Ele não considera, neste momento, a possibilidade de disputar o Senado, destino comum da maioria dos ex-governadores.