Para Zé Dirceu, tucanos fomentaram controvérsia

O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu sugeriu ontem, 30, que os tucanos estão na origem de toda a controvérsia gerada esta semana, quando foram atribuídas a ele declarações pouco lisonjeiras sobre o senador Osmar Dias (PDT), pré-candidato do PDT ao governo e nome predileto do presidente Lula para se aliar ao PT no estado.

Em nota postada no seu blog, Dirceu afirmou que tudo não passou de intriga política, destinada a criar uma indisposição entre ele, o senador Osmar Dias e os petistas que apóiam a aliança com o pedetista no Paraná.

Dirceu afirmou que se surpreendeu com a forma e o prazo em que a notícia se espalhou. “Chama a atenção que depois de tanto tempo, surja uma nota – possivelmente a pedido dos tucanos – para me indispor com Osmar Dias e com os petistas que apóiam sua candidatura ao Palácio Iguaçu”, comentou o ex-ministro.

Ele disse que suas declarações foram distorcidas com quatro objetivos: “fazer intriga entre o PT e o senador; dividir o partido; ofuscar o sucesso da reunião por ele promovida nesse final de semana, em Foz de Iguaçu; e me indispor com ele e com as lideranças do PT que, de forma precipitada e sem me ouvir, tomaram como verdadeiras supostas declarações minhas, o que lamento”, afirmou.

Na versão disseminada sobre a palestra que fez a convite da Central Única dos Trabalhadores, em Curitiba, Dirceu teria dito que Osmar não era confiável e que possuía muitos vínculos com o setor de agronegócios.

Assim como já tinha garantido ao senador Osmar Dias, em telefonema anteontem, no blog, o ex-ministro disse que não concedeu entrevistas e apenas respondeu a uma pergunta feita por um participante do debate.

E que disse tão somente que, qualquer conversa sobre aliança no Paraná tem que incluir o PMDB, orientar-se por um programa de governo e sobre os efeitos que esse acordo terá na candidatura da ministra Dilma Rousseff à presidência da República .

O ex-ministro detalhou as considerações que fez na palestra e destacou que não se arrepende de ter esta leitura sobre o quadro. “Eu poderia apenas ter dito que, nesse momento, o PT está discutindo uma candidatura própria, que seria a do ministro Paulo Bernardo – pelo que entendi, ele apóia a aliança com Osmar Dias – e que o importante era o programa. Mas não teria sido honesto comigo mesmo e nem com os presentes ao debate. Não me arrependo”, assinalou.

A respeito de suas considerações sobre o agronegócios, Dirceu observou que se referia à necessidade de alguns compromissos que deveria ter um candidato a ser apoiado pelo PT.

Entre eles, a manutenção de algumas políticas executadas pelo governador Roberto Requião, como a manutenção das empresas públicas e o diálogo com setores antagônicos, como o agronegócios e os trabalhadores sem terra.