Eleição

Orlando Pessuti insiste em coligação com o PT

O vice-governador Orlando Pessuti, pré-candidato ao governo, disse anteontem, 30, que o caminho natural do PT do Paraná é fazer uma aliança preferencial com o PMDB.

O PDT pode participar, mas a conversa principal deveria estar ocorrendo com os peemedebistas, disse o vice-governador. “Para o PT do Paraná, a melhor parceria é com o PMDB, com o Pessuti. Seria mais facilmente compreendido pelo conjunto da sociedade”, defendeu Pessuti.

Ele destaca que sua única opção é candidatar-se à reeleição, já que assume o governo em abril do próximo ano, quando o governador Roberto Requião se licencia para concorrer às eleições. Já Osmar pode ser novamente candidato ao Senado, citou.

Empenhado em convencer petistas, e também peemedebistas, de que pode ser uma alternativa atraente de candidatura no Estado e como suporte viável para a candidatura presidencial da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, o vice-governador entende que, à falta de uma candidatura própria – até agora, o nome pré-indicado foi o do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo – não vê obstáculos para que PT faça uma opção pela sua candidatura ao governo. “E tem espaço para o senador Osmar Dias, se este for o desejo do presidente Lula”, afirmou o vice.

As declarações de Pessuti acompanham os movimentos nacionais do presidente Lula (PT) em relação ao PMDB. Em jantar quarta-feira, 29, com os presidentes da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), e do Senado, José Sarney (PMDB-AP), o presidente da República mostrou-se interessado em manter negociações para uma aliança em 2010 e destacou a necessidade de acordos serem costurados nos estados.

Na base

Assim como algumas lideranças do PT manifestam inclinação por uma aliança com o senador Osmar Dias, Pessuti disse que também tem seus apoiadores na base do partido do presidente Lula. Menos poderosos, mas existem, garante.

“Existem algumas pessoas dentro do PT que têm visibilidade maior, que estão próximas do presidente, e que querem que o candidato seja o senador Osmar Dias. Mas na base, onde estão os com menos visibilidade, tem gente que torce pelo PMDB”, garantiu.

Segundo Pessuti, estes setores petistas não esquecem a história dos dois partidos. “O PMDB esteve com Lula em 1989, 1994, em 1998 e em 2002. E em 2006, eu representei o PMDB no palanque de Lula”, lembrou Pessuti.

Ele relatou todos os momentos de comunhão dos dois partidos, nestes últimos anos, nas duas horas de conversa com Lula há duas semanas, no voo entre Brasília e Telêmaco Borba.

Como não compreende por que alguns setores do PT não veem nele as credenciais para ser candidato pela aliança, Pessuti fez várias ponderações a Lula. Começou lembrando que as origens de ambos são parecidas.

“Eu não fui de Pernambuco para São Paulo de pau-de-arara, mas vim para Curitiba num ônibus que não ficava longe de um pau-de-arara. Eu disse ao presidente que, se não passei fome, por muito tempo não tive três refeições por dia, que ele sempre considerou prioritárias no governo dele. Eu não fui metalúrgico do ABC, mas fui cobrador de ônibus, picotador de cartão de loteria, embalador de remédio, vendedor de papel e também peguei na enxada”, relatou.

E quanto aos índices de intenção de votos, Pessuti disse que também falou sobre este assunto quase constrangedor, já que a julgar pelas pesquisas divulgadas este ano, seria difícil para o peemedebista rivalizar com o senador Osmar Dias, se este fosse o critério para a escolha do candidato da aliança no Paraná.

“Eu disse ao presidente que a ministra Dilma também não é campeã de votos e que não lidera pesquisas. E nem por isso, alguém duvida da viabilidade da candidatura dela”, comentou. Lula ouviu tudo em sil&e,circ;ncio.