ONS mantém a mudança para Santa Catarina

O deputado estadual Rafael Greca (PMDB) vai manter a ação popular que propôs na Justiça Federal contra a transferência da Operação do Sistema Elétrico da Copel, no Paraná, para o Operador Nacional do Sistema (ONS), em Santa Catarina. Greca disse que não viu perspectiva de alteração da posição do órgão na reunião ontem entre a direção da Copel e o presidente do Operador Nacional do Sistema, Mário de Mello Santos, que veio a Curitiba discutir a mudança, prevista para janeiro do próximo ano.

O presidente do Operador Nacional do Sistema prometeu levar à Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) as postulações da Copel, apresentadas pelo seu presidente, Rubens Ghilardi. As principais foram a manutenção das usinas e das subestações situadas no Rio Iguaçu sob controle do Centro Operador do Sistema (COS) – Copel e da autonomia da estatal paranaense sobre suas instalações da rede regional local. A Copel pediu ainda que o COS seja reconhecido como o único interlocutor na operação em tempo real junto ao COS-Centro Regional Sul e a prerrogativa na recomposição do sistema em caso de blecaute e pane.

Mello Santos disse que encaminhará o documento, mas segundo relato dos participantes da reunião, deixou claro que a decisão final sobre os pedidos da companhia de energia do Paraná depende somente da Aneel.

Entre os argumentos apresentados ontem pela direção da Copel contra a mudança está a impossibilidade de a empresa operar com os padrões de qualidade atual se houver a transferência do controle do sistema para Santa Catarina. Ainda conforme a empresa, a alteração ameaça a operação integrada de geração, transmissão e distribuição de energia e reduz a margem de confiabilidade e segurança nas operações.

Temores

Em setembro, a Justiça Federal acolheu a ação proposta por Greca e estabeleceu prazo de sessenta dias para que a Aneel apresente sua defesa. Ontem, o deputado peemedebista participou da reunião e fez críticas ao ONS. "A posição do operador é de busca de poder e não de eficiência do serviço ao consumidor", afirmou.

Greca disse ainda que Mello Santos consolidou o seu temor em relação ao impacto que a mudança provocará na velocidade do restabelecimento de energia em caso de interrupção por qualquer causa. "Vai levar muito mais tempo", afirmou o deputado, que também apontou a experiência e a especialização dos engenheiros da Copel na tarefa de controle das cheias do Rio Iguaçu como uma das razões para que o controle do sistema não seja retirado do Paraná. Ainda conforme o deputado, a iniciativa do ingresso da ação popular teve o aval do governador Roberto Requião (PMDB). 

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