O bandidão

Esta não é uma coluna policial, mas não pode deixar de comemorar a prisão de um cidadão nefasto: Tony Garcia, malfeitor de primeira grandeza. Assaltava amigos e inimigos. Não perdoava ninguém. Inventou consórcios, cujo objetivo era, exclusivamente, buscar dinheiro de quem tivesse a desventura de dele se aproximar. Por isso, nunca lhe faltou recursos para uma vida nababesca. Apartamento de alto luxo na praia de Caiobá. Residência de sultão. Mercedes, BMW, Porsche, Ferrari e outros carros de igual porte enchiam a sua garagem. No hangar de uma de suas empresas, um jatinho, sempre de última geração, estava constantemente ä disposição do “milionário”. Para os fins de semana, numa luxuosa marina do litoral paranaense, um iate, com marinheiro, mordomo e tudo o mais que se faz necessário para uma gostosa viagem pelas costas brasileiras.

DETENÇÃO – Na manhã de ontem, a polícia foi buscar o infrator. Tentou fugir. O seu apartamento no primeiro andar permitiu que ele saltasse para o jardim do prédio. Escondeu-se numa casinha de boneca. Quando percebeu que tinha sido notado, subiu numa árvore. Ali foi apanhado como um gato assustado. Algemado, foi levado nos fundos de um camburão. A esperança de habeas corpus é distante. Vai ver o sol nascer quadrado por algum tempo.

POLÍTICO – Tentou ser. Não passou de deputado estadual. Para suas campanhas recursos não faltavam. O cidadão tinha descoberto uma excelente fábrica de dinheiro. Era só meter a mão no bolso alheio e passar uma boa conversa nos tolos que dele se aproximavam. Apareceu na vida pública e social por intermédio de um dos muitos sogros que teve. Fez as mutretas que pôde, quando este seu ilustre parente ocupou importantes cargos políticos. Enfim, como político não deu nada.

PROFISSÃO – Qual foi a profissão exercida pelo Tony Garcia? Nenhuma. Ou melhor, entrou na linha da malandragem. Julgava-se esperto, como todo malandro, achava que era o mais sabido que existe na face da terra. Durou muito tempo. Conseguiu segurar os processos criminais, nos quais se envolvia, adquirindo mandato por uma vez e conseguindo que um ministro, afastado do Tribunal Superior por conduta condenável, segurasse os autos de uma ação em que estava envolvido. Enfim, adotou a pilantragem como sua atividade principal.

PARCEIRO DO BETO? – Pretendeu. Apareceu nas costas do prefeito eleito por várias vezes nas comemorações da vitória nas urnas. Assustou a sociedade, dava a impressão que iria ocupar um cargo de secretário municipal. Para felicidade geral, o prefeito eleito, não obstante reconhecer algum relacionamento em atividades esportivas, descartou totalmente a possibilidade. Mas, o rapaz esparramava nos meios políticos que tinha sido um grande financiador da campanha e seria um orientador do novo alcaide.

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