Novo habeas corpus coloca Abib Miguel em liberdade

O ex-diretor-geral da Assembleia Legislativa do Paraná, Abib Miguel, o Bibinho, conseguiu novo habeas corpus na tarde de ontem e, desta vez, foi solto. O alvará de soltura chegou ao quartel do 1º Comando da Polícia Militar de Curitiba por volta das 20h de ontem e Bibinho passou a noite em liberdade.

É o segundo alvará em favor de Bibinho, preso no último dia 24, acusado de peculato, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e falsidade ideológica. Na noite de terça-feira, a juíza substituta do Tribunal de Justiça Lilian Romero havia mandado soltar o ex-diretor, mas uma nova prisão preventiva foi decretada pela juíza Manuela Tallão Benke, no plantão judiciário, no início da madrugada de quarta-feira, e Bibinho nem chegou a ser solto.

Na decisão de ontem, Lilian Romero (a mesma que já havia concedido o primeiro habeas corpus) argumenta que juíza que estava de plantão não tinha competência para determinar novamente a prisão preventiva.

Desta vez, o habeas corpus também foi estendido para os outros presos no caso: os ex-diretores José Ary Nassiff e Cláudio Marques da Silva e o ex-funcionário de Bibinho, João Leal de Matos.

Eles são acusados de desviar R$ 13 milhões pagos a parentes de Matos que eram contratados pela Assembleia Legislativa, mas nunca trabalharam na Casa. A filha de João Leal, Priscila Matos, por exemplo, foi contratada pela Assembleia quando tinha sete anos de idade.

O novo habeas corpus saiu no mesmo dia em que a Justiça aceitou a denúncia formulada pelo Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público Estadual contra os ex-diretores e a família Leal de Matos.

O Gaeco informou que já requereu nova prisão preventiva, desta vez à juíza Angela Regina Ramina de Lucca, da 9ª Vara Criminal de Curitiba, apontada como competente para julgar o pedido de prisão.

O recurso ao plantão judiciário foi a alternativa encontrada pelo MP para evitar a soltura de Bibinho, já que o primeiro habeas corpus foi concedido às 18h de terça-feira. O MP alega que, em liberdade, Bibinho pode atrapalhar as investigações, influenciando testemunhas e ocultando provas.

A defesa de Bibinho evitou comemorar a decisão. “Da mesma forma que aceitamos com serenidade as decisões adversas, aceitamos esta decisão favorável a nosso cliente”, disse Alessandro Silvério, que atuou juntamente com Bruno Vianna.