Nem o PT acredita em chapa de oposição na Assembleia

Nem o racha dentro da bancada tucana na Assembleia Legislativa, com o lançamento de duas candidaturas à presidência, animou o PT a ter uma participação mais ativa na eleição da Assembleia. Após reafirmar que a bancada não participará da formação de nenhuma das duas chapas que se apresentam (encabeçadas pelos tucanos Valdir Rossoni e Nelson Garcia) e também não votará em nenhuma delas, o presidente estadual petista, deputado Ênio Verri, também praticamente descartou a possibilidade de aproveitar o clima para tentar lançar uma chapa de oposição. Nas hostes da oposição ninguém leva a sério a chapa de Garcia como uma oposição, mas como uma briga interna de governistas.

“Seguimos abertos a negociações, mas isso não depende só da gente. Até agora, não recebemos manifestação de nenhum outro partido. Na semana que vem, vamos conversar com as outras lideranças para ver se isso é possível. Particularmente, eu não acredito”, disse Ênio Verri.

A ideia de uma terceira chapa, esta de oposição, foi alimentada pelo secretário de comunicação nacional do PT, deputado federal André Vargas, que sugeriu que o PMDB lançasse um candidato à presidência, numa chapa encampada pelo PT. Com 12 deputados eleitos, o PMDB tem a maior bancada da Casa e a indicação de um candidato peemedebista à presidência respeitaria a regra da proporcionalidade, uma das alegações do PT para não participar e não votar em chapas lideradas pelo PSDB. Mas, com o PMDB rachado e muitos deputados já declarando apoio ao atual governo, Verri vê como remota essa possibilidade.

“A gente sabe que, embora seja desvinculada, a direção da Casa sempre tem uma relação com o governador. A maioria absoluta dos parlamentares já manifestou apoio ao Beto Richa. Então, é muito difícil montar uma chapa, por isso, optamos pela abstenção. Por não concordarmos com a chapa que está sendo montada, mas não dispormos de quadros para montar uma chapa de oposição”, disse. Com sete deputados em sua bancada, o presidente do PT descartou a possibilidade de lançar uma chapa apenas para “marcar posição”. “O PT já tem sua posição, já tem o que propor e vai fazer nesses quatro anos. Soltar uma chapa por soltar, para ter apenas seus sete votos, não. Já passamos dessa fase. Não é mais uma prática nossa”, afirmou.