Não haverá “bate-chapa” no PMDB, afirma Doático

A ala peemedebista que defende a aliança com o PT se reúne hoje na Boca Maldita para lançar o Jornal da Frente, que irá circular quinzenalmente, estimulando a aprovação da coligação na convenção municipal, cuja realização está programada para o dia 12 de junho.

Os peemedebistas que pregam o apoio à candidatura a prefeito de Curitiba do deputado estadual Angelo Vanhoni (PT) alegam que o movimento pró-candidatura própria está agonizando e não haverá “bate-chapa” na convenção.

A avaliação, feita pelo presidente municipal do PMDB, Doático Santos, tem como base o desempenho dos deputados Gustavo Fruet e Rafael Greca, na pesquisa Ibope divulgada anteontem. Greca apareceu com 5% das intenções de voto e Gustavo registrou 4% da preferência do eleitor. “Às portas da convenção, eles não se viabilizaram. Nós temos certeza de que eles não disputarão a convenção, até porque a hora é de o partido estar forte para enfrentar nossos adversários”, disse.

Doático citou ainda que o desempenho de Beto Richa (PSDB) – ele aparece em segundo lugar próximo ao líder, Ângelo Vanhoni – aponta para a necessidade de a oposição se juntar. “Será uma eleição difícil. Não podemos errar em nenhum momento”, disse.

Bate-chapa

Apesar da análise da direção municipal, o grupo pró-candidatura própria não desiste do projeto. O deputado federal Gustavo Fruet afirmou ontem que está preparando para a próxima semana várias ações, intensificando o movimento. A primeira delas será a apresentação de um plano de governo para Curitiba no encontro estadual do PMDB, marcado para os dias 20 e 21 em Foz do Iguaçu.

“Vai ter bate-chapa sim”, afirmou Gustavo, que considera sua performance na pesquisa apenas o reflexo de dez meses de “operação-abafa candidatura própria no PMDB.”

Para Gustavo, se o PMDB lançar um candidato, automaticamente, este nome cresce nas pesquisas. “Até porque o percentual de indefinidos é alto. E pesquisa não pode engessar um partido. Se fosse assim, o governador Requião nunca seria governador”, comentou.

Uma das estratégias que Gustavo pode adotar nos próximos dias é lançar sua pré-candidatura em out-doors pela cidade. “Há um grau de desconhecimento grande do eleitor. Nós não tivemos exposição em rádio e televisão”, disse o deputado peemedebista.

“Vou vencer a convenção”

O deputado Rafael Greca, um dos pré-candidatos do PMDB à Prefeitura de Curitiba, garante que não vai abrir mão de levar seu nome à convenção do partido, no mês que vem: “Vou vencer a convenção e vou ser prefeito de Curitiba. Quem acha que eu iria desistir por causa de uma pesquisa está substimando a minha inteligência e a do governador Roberto Requião”, afirmou.

A declaração do presidente do diretório municipal, Doático Santos, de que a sondagem do Ibope pôs uma pá de cal na tese da candidatura própria, foi analisada por Greca como uma confirmação daquilo que ele já desconfiava: “Tentaram fabricar um factóide para vender a proposta de aliança com o PT como fato consumado. Mas não vai dar certo. Quem é que vai levar a sério uma pesquisa em que votaram menos pessoas do que os delegados à convenção municipal?”, questiona.

Lembrando que o Ibope fez 504 consultas, Greca destacou que 63 % não opinaram e 18% votaram em branco, nulo ou em quem não é candidato: “Ora, isso significa que 81% dos entrevistados ainda não tomaram uma decisão, e 81% de 504 é 408. Quer dizer, dos consultados, só 96 pessoas indicaram seu candidato”, criticou.

Em carta dirigida aos peemedebistas e à população de Curitiba, Greca diz: “Se o nosso partido tivesse dado bola para a rejeição em pesquisas – em maio de 2002 – hoje, o governador do Paraná não seria Roberto Requião, então o mais rejeitado no Ibope! Tentam, agora, o mesmo jogo de eliminação estatística comigo. Não aceito! Não tenho medo! O carinho do nosso povo – em todos os bairros – me mostra o caminho das urnas”.

O deputado cita ainda o caso da Índia, onde Sonia Ghandi acaba de ser eleita primeira-ministra: “Na India, que tem por padroeiro São Francisco Xavier, a família Ghandi acaba de vencer as eleições contra todo o poder econômico e contra todos os ibopes oficiais. Aqui, onde não há nenhum Francisco Xavier santo, vou concorrer e vencer as eleições”, promete.

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