A Promotoria Eleitoral de Guarapuava investigou nesta semana caso de irregularidades eleitorais envolvendo o atual prefeito, Fernando Ribas Carli (PP). Segundo informações do Ministério Público Estadual (MP), a Promotoria Eleitoral recebeu denúncia anônima de que a Secretaria Municipal de Educação estaria distribuindo ?formulários? a estagiários e funcionários, que deveriam prencher no documento nomes de 17 pessoas, informando dados pessoais e contatos de eleitores que ?votariam? no candidato a deputado estadual e filho do prefeito, Fernando Ribas Carli Filho (PSB). A denúncia será encaminhada hoje ao TRE.
De acordo com o MP, há informações de que os estagiários eram ameaçados de perderem seus contratos de estágio em 2007, caso não retornassem com os formulários devidamente preenchidos. O Ministério Público informou que foram apreendidos mais de 150 formulários preenchidos por funcionários e estagiários da Secretaria de Educação, o que confirmaria a denúncia. A apreensão foi realizada anteontem, por meio de mandado de busca e apreensão, na sede da secretaria.
A Promotoria Eleitoral considera o caso muito grave, porque pode configurar abuso de poder político e crime de coação eleitoral. Segundo o MP, esses atos podem resultar em punições por improbidade administrativa contra todos os agentes públicos envolvidos e perda do mandato eletivo, se Carli Filho for eleito deputado. A Promotoria Eleitoral lembra que o livre exercício do voto é um direito assegurado e que o voto é secreto, e a população não pode se sentir ameaçada ou subjugada pela administração municipal.
A assessoria do município de Guarapuava afirma que não há provas de nenhuma irregularidade envolvendo a prefeitura. E confirmou que foram coletados materiais na secretaria, mas, no entendimento de Carli, eles nada provam. Segunda a assessoria, os questionários coletados pelo MP são de estagiários voluntários da campanha, que trabalham fora do expediente normal da prefeitura, o que estaria devidamente documentado.