Minc quer Forças Armadas na defesa da Amazônia

O secretário do Ambiente do Rio de Janeiro, Carlos Minc, informou no domingo (18), ao desembarcar no Aeroporto Internacional do Galeão-Tom Jobim, no Rio de Janeiro, proveniente de Paris, que vai propor ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a participação das Forças Armadas na defesa dos parques nacionais e das reservas indígenas e extrativistas da Amazônia. Minc será recebido nesta segunda-feira (19), no Palácio do Planalto, pelo presidente Lula, quando vai ser formalizado o convite para assumir o Ministério do Meio Ambiente.

Ao admitir que considera a região o principal desafio de sua gestão frente do Ministério do Meio Ambiente, Minc explicou que a intenção é replicar uma das medidas adotadas durante sua gestão frente do meio ambiente no estado do Rio de Janeiro.

Aqui no Rio nós criamos os guardas-parque. Ou seja, diante da insuficiência de fiscais, colocamos destacamentos do Corpo de Bombeiros em nossos parques e áreas de proteção ambiental. Então eu vou propor ao presidente que se crie destacamentos, ou que se aloque alguns regimentos das Forças Armadas para funcionar dentro dos grandes parques nacionais, tomando conta do entorno deles e também das reservas extrativistas, replicando, com as adequações necessárias, o que fizemos aqui no estado, disse.

O secretário do Ambiente ressaltou, porém, que a sugestão ainda terá que ser negociada entre o presidente as Forças Armadas, pois este é um papel que não me cabe, mas sim ao presidente, que é o comandante supremo das Forças Armadas. Regimentos podem vir a se integrar na defesa das unidades de conservação, das reservas extrativistas e dos seus entorno.

Minc nega arrogância e afirma que não vai impor condições ao presidente Lula

O secretário do Ambiente do Rio de Janeiro, Carlos Minc, afirmou também no domingo (18) ter sido mal interpretado nas colocações ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assumir o cargo de ministro do Meio Ambiente, em substituição senadora Marina Silva. Ao desembarcar no Aeroporto Internacional do Galeão-Tom Jobim, Minc afirmou que arrogância seria imaginar que ele pudesse enfrentar os problemas ambientais do Brasil, que são 100 vezes mais complicados que os do Rio de Janeiro, sem ter o mínimo de condições de trabalho.

O secretário disse que levará nesta segunda-feira (19) ao presidente Lula propostas e não exigências para aceitar o convite e assumir a pasta do Meio Ambiente.

Eu não vou impor condições, mas sim levar propostas, que na verdade são muito mais ainda do que aquelas que foram colocadas até agora. Eu acho que arrogância seria imaginar que eu pudesse desempenhar uma missão para a qual eu tenho realmente dúvida de estar a altura, sem ter condições de trabalho, afirmou.

Carlos Minc admitiu que as conversas que manteve até agora com o presidente Lula o levam a crer que ele vá realmente assumir o ministério. Ressaltou, porém, que as condições necessárias para que possa vir a desempenhar um bom trabalho são ainda maiores dos que a que já foram até então divulgadas pela imprensa.

Minc citou como exemplo a própria situação do estado do Rio, onde chegou a recusar por três vezes o pedido do governador Sérgio Cabral antes que decidisse assumir a Secretaria do Ambiente, e só o fez, segundo ele, após ter recebido garantias de que teria condições adequadas de implantar a sua filosofia de trabalho.

O Sérgio [Sérgio Carbral, governador do Rio] me deu realmente todas as condições de trabalho. Eu preparei dez decretos – desde o que determinava que todas as habitações construídas tivessem energia solar até ‘guardas-parque’ [bombeiros para tomar conta das unidades de conservação] e ele assinou todas as dez, lembrou.

Eu tive os recursos do Fecan [Fundo Estadual de Conservação Ambiental e Desenvolvimento Urbano], as leis na Assembléia, apoio político, apoio administrativo. Não tinha uma reunião com o presidente do BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social] ou da Petrobras que eu não fosse também. Eu participava, por exemplo, das reuniões do Conselho Econômico do governo, que juntavam os seis secretários que discutiam a estratégia econômica. Então, o meio ambiente estava bem na fita, estava musculado. E isto possibilitou que eu pudesse conceder mais rapidamente os licenciamentos ambientais.

Carlos Minc elogiou a ex-ministra Marina Silva e o ex-governador do Acre Jorge Viana, que, segundo ele, está mais preparado para a missão.

Minc adiantou que, se assumir o cargo, vai levar para Brasília parte da sua equipe atual da Secretaria do Ambiente. Só não poderei assumir o cargo se o presidente fizer exigências as quais eu não possa cumprir, o que me parece não ser o caso.

Lula e Minc discutem nesta segunda-feira condições para ministério

O secretário do Meio Ambiente do Estado do Rio de Janeiro, Carlos Minc, será recebido às 18h30 desta segunda-feira (19), no Palácio do Planalto, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que o convidou a assumir o cargo de ministro do Meio Ambiente, em substituição a Marina Silva. A expectativa é a de que Lula marque para quarta-feira (21) a posse de Minc. Mas, antes, os dois terão de chegar a um entendimento sobre as condições anunciadas pelo secretário para assumir o novo cargo.

Dentre as condições apresentadas por Minc estão a participação do Ministério do Meio Ambiente nas reuniões de formulação da Política Industrial e a proposta de convidar o Exército a mobilizar regimentos para atuarem dentro dos grandes parques nacionais e reservas extrativistas. A participação de homens do Exército nesse tipo de atividade não é constitucional. O ministro da Defesa, Nelson Jobim, ainda não se pronunciou a respeito. Jobim está na Bolívia e, segundo o jornal Bom Dia, Brasil, da TV Globo, foi informado sobre a declaração de Minc, mas só a comentará quando voltar ao Brasil.

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