Médicos analisam saúde de José Janene

Uma junta médica da Câmara dos Deputados estará hoje em Curitiba para avaliar o estado de saúde do líder do PP na Câmara, José Janene (PP-PR). Janene está de licença médica e responde a processo no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. Os advogados dele alegam que ele não pode prestar depoimento porque não deve se submeter à situações de estresse. Por isso, pediram a suspensão da ação.

Segundo o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), que anunciou ontem a decisão, a junta será composta por três médicos da Câmara e apresentará um parecer. "A decisão não é política, é médica. Portanto, vou ouvir o parecer da junta para então decidir", enfatizou. Rebelo disse que a comissão deve avaliar também se Janene pode pedir aposentadoria por invalidez. O líder do PP na Câmara dos Deputados entrou com o pedido de aposentadoria na presidência da Casa, mas o presidente só decidirá após o parecer da conferência de médicos. Com a aposentadoria, o deputado escaparia de um eventual processo de cassação, mas ainda poderia ser investigado pelo Ministério Público.

Janene sofre de um problema cardíaco e está em licença médica. Ele responde a processo no Conselho de Ética da Câmara por quebra de decoro parlamentar e é acusado de receber R$ 4,1 milhões do "valerioduto". O parlamentar alega que o partido passava por problemas financeiros. Janene tem protelado seu julgamento na Comissão de Ética com o respaldo de um laudo médico fornecido pelo seu cirurgião. "Por ordem médica, eu pedi o afastamento do deputado de todas suas atividades profissionais e emocionais por seis meses", afirmou o cardiologista Paulo Brofman.

Segundo o médico, esse seria o prazo para que a doença de Janene se estabilize e o tratamento ao qual foi submetido surta efeito. Em outubro de 2005, o deputado federal submeteu-se a uma cirurgia experimental com células-tronco, pela qual células musculares do coração são retiradas do próprio paciente para regenerar o coração e os vasos sangüíneos.

"Como o deputado carrega um marcapasso, foi necessário criar um protocolo específico para contemplar o seu caso, que foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Santa Casa de Misericórdia", disse o médico. Segundo protocolo do Ministério da Saúde, pacientes que possuem acessórios, como o marcapasso, estão excluídos automaticamente do programa experimental de células-tronco. Não foi o que aconteceu com o deputado, que fez a cirurgia e agora vem adiando processo que corre contra ele.

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