Manifesto defende unidade da oposição no primeiro turno

O diretório municipal do PMDB divulgou ontem manifesto assinado por 40 convencionais onde defende a unidade da oposição já no primeiro turno das eleições deste ano. O documento tem entre seus subscritores os secretários da Educação, Maurício Requião, da Comunicação, Airton Pisseti, da Saúde, Cláudio Xavier, de Assuntos Estratégicos, Nizan Pereira, e de Ensino Superior, Ciência e Tecnologia, Aldair Rizzi, o presidente da Cohapar, Luiz Cláudio Romanelli e o presidente da Sanepar, Stênio Jacob.

“Unir a oposição municipal para derrotar o último reduto do lernismo que representa o elitismo, a tecnocracia e a malversação do dinheiro público. Este é o compromisso da ampla maioria dos convencionais do PMDB de Curitiba que aqui reafirmam este compromisso: unidade da oposição municipal já no primeiro turno, aliança PMDB-PT, juntamente com todas as forças que anseiam por mudanças na administração da Prefeitura de Curitiba”, justifica o manifesto pe-emedebista.

Segundo o presidente do diretório municipal, Doático Santos, a intenção é mostrar a estabilidade no quadro do colégio eleitoral: “Esses votos não mudam, portanto não há fatos novos no processo que permitam esperar qualquer mudança”, observa, num recado claro à ala que defende a candidatura própria.

Sempre segundo o dirigente peemedebista, os signatários do manifesto contabilizam 61 votos na convenção municipal, contra 49 do grupo que defende o lançamento de candidatura própria. Neste último estão os deputados federais Gustavo Fruet e Hidekazu Takayama, os deputados estaduais Rafael Greca e Alexandre Curi, os vereadores Paulo Salamuni, Celso Torquato, Reinhold Stephanes Júnior e Luiz felipe Braga Cortes, os secretários da Administração, Reinhold Stephanes, do Planejamento, Eleonora Fruet, de Relações com a Comunidade, Milton Buabssi, da Cultura, Vera Mussi, da Fazenda Heron Arzua e de Desenvolvimento Urbano, Renato Adur, o presidente da Copel, Paulo Pimentel, e Leo de Almeida Neves.

Grupo de petistas não aceita aliança

A polêmica das alianças para a eleição municipal volta a ser examinada por petistas de Curitiba nesta segunda-feira (15), na sede do PT. Desta feita é a ala que rejeita uma aproximação com o PTB e que tem entre seus integrantes o deputado federal Dr. Rosinha, o deputado estadual Tadeu Veneri, os vereadores Adenival Gomes e Paulinho Lamarca, o vice-presidente do diretório estadual Márcio Pessati, a presidente do Sindsaúde, Mari Elaine Rodella, a socióloga Ligia Mendonça e o ex-vereador Sílvio Miranda, além de um grande número de sindicalistas e militantes de movimentos sociais ligados ao PT.

O grupo divulgou ontem uma carta aberta aos militantes partidários onde defende um amplo debate sobre o assunto e reafirma sua posição “contrária aos senhores do transporte coletivo – Pró-cidade aos especuladores imobiliários e aqueles que, nos últimos 30 anos, sustentaram o modelo de gestão do grupo originalmente composto em torno de jaime Lerner, Rafael Greca e Cassio Taniguchi, na Câmara de vereadores, Assembléia Legislativa e Congresso Nacional, com suas práticas e vícios já bem conhecidos da população”.

E acrescenta: “Queremos eleger o deputado estadual Angelo Vanhoni para a Prefeitura entendendo que a luta no espaço institucional é importante, mas perde sentido se nos afasta dos movimentos populares, nos quais temos nossas raízes e onde, de fato, acontece a verdadeira luta de transformação social”.

Natural

Para o presidente do diretório municipal, Roberto Salomão, o debate é natural e uma prática que orienta o partido desde a sua fundação.

Salomão lembra que a aliança com o PL em 2002 também foi assunto de intensas discussões dentro do Partido dos Trabalhadores: “Assim como há setores do PT que se opõem à aliança com o PTB, há outros que a apóiam. Eu acredito que o segmento que apóia a aliança seja hoje majoritário”, ajuntou Salomão.

“Resistências são menores”

Para os deputados Gustavo Fruet e Rafael Greca, ambos pré-candidatos do PMDB à sucessão de Cassio Taniguchi (PFL), as resistências à indicação de um nome do partido para a disputa municipal são menores a cada dia. Fruet, que participa amanhá da convenção nacional do PMDB, está levando para o encontro em Brasília um outro manifesto, este assinado por 28 lideranças do PMDB no Paraná, em defesa da candidatura própria.

O presidente do diretório estadual, deputado Dobrandino da Silva, foi enfático na última segunda-feira, durante reunião com coordenadores regionais do PMDB, ao afirmar que a candidatura própria deve ser regra e as coligações em primeiro turno, exceções. “Aos poucos, os que ainda insistem numa aliança já no primeiro turno em Curitiba estão cedendo às evidências de que a maioria quer que o partido tenha o seu próprio candidato”, ajunta Greca.

Fruet lembra que esta é a disposição do partido também no plano nacional. E cita manifestações como a do deputado Moreira Franco (RJ), para quem “se o PMDB não tiver projeto para 2004 e 2006, deve ter a humildade de esquecer que é um partido político”. (SCP)

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