Lula pede votos para Dilma e Cabral em comício no RJ

No primeiro comício da campanha da sua candidata Dilma Rousseff, hoje no Rio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva denunciou a existência de uma tentativa de tirá-lo da campanha política para não permitir que ele “ajude a companheira Dilma a ser a presidenta da República deste País”.

Segundo disse, há um desejo de que ele finja não conhecer a ministra, que foi sua chefe da Casa Civil. Dirigindo-se a um público que ficou bastante reduzido por causa das fortes chuvas que caíram no início da noite na Cinelândia, no centro do Rio, o presidente queixou-se indiretamente da vice-procuradora-geral eleitoral Sandra Cureau, sem citar seu nome.

“Na verdade, o que eles querem é me inibir, para fingir que não conheço a Dilma. É como se eu pudesse passar perto dela de costas viradas e fingir que não a conheço. Mas eu não sou homem de duas caras. Passo perto dela e digo para vocês: é a minha companheira Dilma, que foi chefe da Casa Civil, e está preparada para a Presidência da República deste país”, discursou.

No ato em que ele também pediu voto para o governador Sérgio Cabral, do PMDB, Lula lembrou as obras de urbanização do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em diversas comunidades cariocas. Com a reeleição de Cabral, ele disse que quer ver obras “em cada favela do Rio de Janeiro para a gente não chamar mais de favela, chamar de bairro. O bairro da Rocinha, o bairro do Alemão. E acabar com a safadeza que a elite política brasileira construiu ao longo de 500 anos segregando o povo pobre deste País em condições desfavoráveis”.

Dilma, em seu discurso, quis fazer um paralelo entre o comício de hoje, que chamou de “início da nossa caminhada até o 3 de outubro”, e a campanha das Diretas Já: “Aqui nesta praça, no dia 10 de abril de 1984, houve a grande manifestação das Diretas Já, que transformou este País de uma ditadura em uma democracia”, lembrou. Acabou cometendo três erros. O comício foi no dia 18 de abril, junto à Igreja da Candelária, e a campanha das Diretas Já não derrubou a ditadura, pois a sucessão do último presidente militar foi definida de forma indireta no Congresso Nacional.