Lula escolhe Barros para vice-líder

O deputado paranaense Ricardo Barros (PP) será um dos cinco vice-líderes do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Câmara. Ele já ocupou a mesma função no segundo mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). No primeiro mandato de Lula, Barros era um dos porta-vozes da oposição ao governo.  

O comunicado do presidente da República indicando Barros foi encaminhado ontem à Câmara dos Deputados. Como vice-líder, o paranaense irá defender os projetos do governo em plenário. Barros e o deputado Luiz Carlos Heinze (RS) eram os únicos entre os 42 eleitos do PP em 2006 que não concordavam em que o partido integrasse a coalizão ao governo Lula. Barros apoiou o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) na disputa à Presidência da República no ano passado. Quando consultado pelo presidente do partido sobre a possibilidade de assumir a vice-liderança, Barros pediu prazo para pensar, há dois meses. ?Pedi um tempo para costurar um ambiente de diálogo e conversar com minhas bases e amigos. Agora eu já consegui construir este ambiente?, justificou Barros.

Ele relatou que conversou com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, e o deputado federal e presidente estadual do PT, André Vargas. Os dois são seus adversários locais em Maringá, onde seu irmão Silvio Barros é prefeito. Atualmente, sem partido, Sílvio deverá ser candidato à reeleição e adversário do PT de Maringá.

O deputado paranaense disse que não há constrangimento em alterar sua posição em relação ao governo. Ele considera que há uma diferença fundamental entre o primeiro e o segundo mandatos de Lula. ?No primeiro, fiz oposição a um governo do PT. Agora é diferente. É um governo de coalizão?, comparou Barros, citando que todas as lideranças do governo no Congresso, Senado e Câmara são ocupadas por deputados de outros partidos, que não o PT. ?Isso significa que o presidente Lula materializou a coalizão?, comentou.

Barros lembrou que no primeiro mandato de Lula, o PP também era governista e ele de oposição. Mas a correlação de forças internas era distinta. ?Como éramos muitos, o partido deu espaço político para a nossa atuação. Agora, como somos poucos, o partido quer todo mundo alinhado. E para cumprir uma missão partidária, tenho que me alinhar ao partido?, comentou.

Em 2002, o PP elegeu 43 deputados. Destes, 16 eram de oposição. Agora, o PP participa diretamente do governo com Márcio Fortes de Almeida no Ministério das Cidades.

Primeiro passo

A primeira resistência para entrar no bloco governista, Barros quebrou quando votou no candidato do PT à presidência da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia, na eleição realizada em fevereiro. ?Era o Chinaglia contra o Aldo. O Gustavo (deputado federal paranaense tucano Gustavo Fruet) entrou muito na última hora?, justificou. 

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