Trajetória

Livro sobre Paulo Pimentel será lançado hoje

A história dos bastidores da política paranaense ganha hoje novo e interessante material. O motivo é o lançamento do livro Paulo Pimentel, momentos decisivos, do jornalista Hugo Sant’ana, pela Travessa dos Editores.

A obra, escrita a partir de cerca de 30 entrevistas feitas com Pimentel a partir do ano passado, ajudará a completar um pouco mais a escassa bibliografia atual sobre grandes políticos do Estado.

Com uma memória e saúde invejáveis, Pimentel conta experiências por que passou até os dias de hoje, desde que recebeu o convite do então candidato eleito ao Governo do Paraná, Ney Braga, entre o Natal e o Ano Novo de 1960, para assumir a Secretaria de Agricultura.

“É uma contribuição à história do Paraná”, diz Sant’ana, ressaltando que não se trata de uma biografia linear, mas sim de histórias pontuais contadas por Pimentel.

O jornalista e autor conta que a idéia do livro partiu do empresário. “Ele manifestou que gostaria de colocar essas histórias em livro e eu assumi a tarefa”, diz. “E as histórias são excelentes, ele lembra de tudo. Meu trabalho foi apenas dar uma linguagem jornalística às entrevistas”, disse.

Um dos destaques é a década de 60, período marcante na carreira política e empresarial de Pimentel. As histórias passam pelo seu governo e o anterior, de Braga, que, seguindo a linha desenvolvimentista do País, promoveram realizações marcantes em um curto período da história. “O governo dele foi tão bem avaliado que quase oito anos depois que saiu, se candidatou e foi eleito deputado federal”, diz Sant’ana.

Pimentel revela que o autor conseguiu tirar dele até informações inéditas, que estão reveladas no livro. E fatos que, apesar de registrados, acabaram esquecidos: “Muita coisa os mais antigos lembram, porque estão nas páginas dos jornais da época. Mas pela primeira vez estão sendo condensadas em um livro”, diz ele.

Uma das histórias aborda, por exemplo, a transferência temporária – por uma semana – do Governo Federal para Curitiba, em 1969, durante o governo Costa e Silva. Na época, Pimentel era governador e conta que seu bom relacionamento com o presidente garantiu ao Paraná a manutenção da Assembléia Legislativa do Estado.

“Eles fecharam a Assembléia de São Paulo, e o Costa e Silva me disse que ia fechar a do Paraná”, diz, lembrando que convenceu o presidente a voltar atrás. “Ele desistiu e rasgou o decreto.”

Nas conversas com Sant’ana, Pimentel também não escondeu momentos ruins, como quando a ditadura de Ernesto Geisel pressionava os anunciantes de seus veículos de comunicação: “Os anunciantes eram chamados no Palácio Iguaçu em nome da revolução. Só um não rompeu conosco: o Hermes Macedo”.

O lançamento do livro acontece hoje, na sede da Editora O Estado do Paraná, por ocasião do aniversário de Pimentel. A obra estará à venda em livrarias e em algumas bancas de jornais.