Líder admite disputa interna no governo

O líder do governo na Assembléia Legislativa, Luiz Claudio Romanelli (PMDB), disse ontem que está se caracterizando como uma ?disputa pessoal? os questionamentos que o presidente do conselho administrativo da ParanaPrevidência, Sérgio Botto de Lacerda, vem fazendo sobre a aposentadoria do corregedor do Estado, Luiz Carlos Delazari. Romanelli assumiu a defesa de Delazari desde o dia em que Botto de Lacerda tomou posse no conselho do fundo de pensão e aposentadorias dos servidores e passou a contestar a legalidade da isenção do imposto de renda no pagamento das aposentadorias, citando como exemplo o caso de Delazari, ex-procurador do Estado.

?As pessoas não podem se mover na administração pública pelo ânimo de perseguir outras pessoas. É o que está acontecendo?, disparou Romanelli, que também se sentiu provocado por Botto de Lacerda. De acordo com o líder do governo, o presidente do conselho mandou uma mensagem para aparelhos de telefones celulares de integrantes do governo afirmando que Romanelli ?fugiu? das aulas de direito constitucional.

Foi uma reação de Botto de Lacerda à defesa que Romanelli fez da legitimidade do benefício incorporado à aposentadoria de Delazari. ?Eu sou amigo do Sérgio Botto de Lacerda. Mas este tipo de comportamento é muito ruim. Não vou ficar fazendo debate pela imprensa com ele, mas também não vai ficar sem resposta?, disse o líder do governo.

O argumento de Romanelli é que o Estado e o ParanaPrevidência não têm legitimidade para questionar a isenção fiscal na aposentadoria, pois se trata de uma matéria de competência federal. O líder do governo argumentou que a lei n.º 3000, que regulamenta o Imposto de Renda, inclui entre os beneficiados pela concessão da isenção os portadores do doenças graves. Delazari tem diagnóstico médico de cardiopatia, uma doença do coração.

Antecedentes

As desavenças entre o corregedor do Estado e Botto de Lacerda não são novas. Botto de Lacerda deixou a Procuradoria-Geral do Estado, no início do ano, justificando que estava farto de ser alvo de uma ?fritura? que vinha sendo feita pela família Delazari, incluindo também no suposto complô, o secretário de Segurança, Luiz Fernando Delazari.

A discussão sobre valores de aposentadorias de ex-procuradores começou quando o governador Roberto Requião (PMDB) questionou os proventos do diretor jurídico do Ministério Público do Paraná, Luiz Celso de Medeiros, que recebe R$ 22,1 mil em aposentadorias. Na primeira reunião presidida por Botto de Lacerda, o conselho decidiu que iria apurar a regularidade da aposentadoria de Medeiros e também do desafeto Delazari. O que era para ser mais um round da briga com o Ministério Público acabou intrigando os próprios colaboradores do governador. 

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