Integrantes da força-tarefa da Operação Lava Jato solicitaram na tarde desta sexta-feira (28) que o encontro entre o ex-presidente Lula, preso na sede da Polícia Federal em Curitiba, e a jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, seja aberta aos demais veículos de comunicação interessados. Assim, a possível entrevista ‘exclusiva’ concedida pelo ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF) ao veículo paulista se transforma em uma entrevista coletiva.
A decisão de Lewandowski contraria o entendimento da juíza Carolina Lebbos, da 12ª Vara Federal de Curitiba, que negou o acesso da imprensa a Lula. A concessão da entrevista do ex-presidente à jornalista do veículo paulista gerou reação adversa de procuradores da força-tarefa. Alguns usaram as redes sociais para se manifestar, inclusive criticando as ‘decisões monocráticas’ que tem sido tomadas por ministros da Corte.
No despacho, assinado pelos 12 procuradores que compõem a Lava Jato, o chefe da força-tarefa, Deltan Dallagnol, afirma que há ‘diversos pedidos idênticos’ ao feito pelo jornal paulista, assim, “se mostra razoável estender tal direito a todos os jornalistas, ou empresas de jornalismo”, diz o documento.
Dallagnol ressalta o interesse que tal entrevista pode gerar, argumentando que não há condição de veículos serem separados para realizar sucessivas audições, fato que impõe a realização de um evento coletivo. “O grande número de órgãos de imprensa e jornalistas interessados em realizar a entrevista, de modo a não beneficiar qualquer um deles pela repercussão que tal entrevista trará, bem como da impossibilidade material de se realizar todas as entrevistas de modo sucessivo, tem-se que tal ato deverá se dar em evento único para todos os órgãos de imprensa”, discorre.
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