Itesp diz que ações de sem-terra têm motivação política

O diretor executivo da Fundação Instituto de Terras de São Paulo (Itesp), Gustavo Ungaro, disse ontem que a intensificação das invasões de terras no Estado sinaliza sobretudo intenções políticas. “A nova onda de mobilizações revela a manutenção da estratégia norteadora das ações políticas dos movimentos de sem-terra, inclusive com situações de violência, ações destrutivas de instalações físicas e cultivos”, observou. “Medidas reivindicatórias próprias do jogo democrático são desprezadas em prol de atitudes que colocam em risco vidas humanas.”

Sem citar o nome do líder dissidente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) José Rainha, que está à frente da onda de ocupações, o diretor do Itesp afirmou que ele não tem credenciais para debater a reforma agrária, uma vez que, segundo ele, explora os conflitos com finalidades eleitorais. “São frequentes suas entrevistas defendendo uma certa candidatura presidencial e atacando o governo paulista. Agindo como cabo eleitoral declarado e desautorizado pelo próprio movimento a que diz pertencer, está completamente descredenciado para debater a reforma agrária”, disse Ungaro.

Ao comentar ontem os resultados da pesquisa do Nera – que apontou aumento de 88,8% no número de ocupações no primeiro semestre deste ano em São Paulo, em comparação com o mesmo período do ano passado -, Rainha atribuiu a causa do aumento das invasões ao que chamou de “incompetência” do governo de José Serra (PSDB). “O governo do Serra não fez nada pela reforma agrária”, disse, endereçando a crítica ao Instituto de Terras do Estado de São Paulo. “O Itesp está numa paralisia total.”