Nossa opinião

Independente do motivo, pegou muito mal para Lula virar ministro

*Nossa opinião

Não importa se foi pra salvar o governo, a economia, o seu partido ou a própria pele. Pegou muito mal pra Lula virar ministro. Ainda mais da forma como aconteceu, com posse através de documento secreto, Diário Oficial extra e gravações telefônicas comprovando que tudo aconteceu especialmente para livrar o ex-presidente das garras do juiz Sérgio Moro.

Ao telefone, em interceptações legais, Lula chamou de covardes ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Garganteou que tanto o presidente do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, estão “fodidos”. E que está assustado com o que chamou de “República de Curitiba”.

Manchou com a tinta da culpa, independente de investigação ou julgamento, sua já puída biografia. E decretou, sem salvaguarda alguma, o fim de uma administração federal que nunca deu mostras claras de ter começado. Sua figura dentro do Planalto desmonta de vez a de Dilma Rousseff. Que, se alguma honra tivesse, renunciaria ao mandato presidencial imediatamente.

Luiz Inácio assume o principal ministério no pior momento político da história da nação. Com vários integrantes do governo central, outros de segundo escalão e base de apoio no legislativo, sob a firme mira da lei. Alguns denunciados, outros sendo investigados e alguns já condenados a partir do maior esquema de corrupção já descoberto nessas bandas.

Pro povo, além da pecha de culpado nos escândalos nos quais está envolvido, fica a áurea de covarde. Pois se ele ganha foro privilegiado, sua esposa e filhos permanecem embarcados no pedalinho, em rota de colisão com a operação Lava Jato.

Terá ele coragem de enfrentar a opinião pública, caso precise estacionar o carro oficial da Casa Civil em frente a um presídio, pra visitar sua família?

Lula é, sem dúvida alguma, um az da política. Governou por oito anos fazendo uso de programas e estratégias que o transformaram num mito, mas deixaram uma bomba armada. Que estourou no colo da sucessora que ajudou a eleger. E que demonstrou grande incompetência pra gerir o país.

Seus projetos assistencialistas, bancados com chapéu alheio e sustentados por impagável crédito, tiraram muita gente da pobreza, sem dúvida, mas levaram o Brasil à bancarrota. Por isso, embarcar no barco agora, pra afundar junto, talvez possa ser entendido como um gesto de bom caráter. É a única interpretação livre de alguma mácula.

O poder evaporou. A moral acabou. O castelo do PT desabou.

Lula governou por oito anos e deixou uma bomba armada para Dilma, sua sucessora.