Governadores defendem mudanças na economia

O governador Roberto Requião e os demais governadores do PMDB vão ao encontro com os outros 21 governadores do país em Brasília, na próxima segunda-feira (26), defender mudanças na política econômica do país para que haja a imediata retomada do desenvolvimento e o crescimento urgente do número de empregos.

Segundo Requião, o convite para o encontro partiu do governador do Ceará, Lúcio Alcântara, e não representa uma ruptura com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Vamos pensar o país e não haverá espaço para demandas regionais. Não queiram de nós uma guerra contra o governo federal e sim uma participação ativa e inteligente. O governo federal tem que entender que da cabeça dos governadores podem sair contribuições interessantes”, explicou.

No mesmo dia, também em Brasília, os governadores do PMDB se reunirão com os deputados e senadores do partido para unificar as reivindicações. “Os governadores querem oferecer uma bandeira ao partido: a retomada do desenvolvimento do país a partir dos investimentos públicos”, afirmou Requião.

“Temos a necessidade absoluta da retomada do desenvolvimento do país e isto significa a retomada dos investimentos em obras de infra-estrutura, que geram emprego e põem recursos em circulação”, explicou.

Reivindicações

Os quatro itens da pauta de reivindicações formuladas pelos cinco governadores do partido na reunião realizada em Curitiba, na terça-feira passada (dia 20), tratam de mudanças na política econômica que trarão alívio de caixa aos estados e possibilitarão a volta dos investimentos em grandes obras de infra-estrutura.

Requião explica que a principal intenção dos governadores do PMDB é acelerar a geração de emprego no país. O governador disse que as medidas vão beneficiar todos os estados brasileiros e não só os comandados pelo partido (Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Distrito Federal, Pernambuco e Rio de Janeiro)

A primeira delas é que o governo federal retire do conceito de receita líquida os gastos que os estados são obrigados pela Constituição a fazer nas áreas da saúde, educação e no fundo de pobreza, como ocorre hoje com o Fundef.

Os governadores do PMDB ameaçam ingressar com ações no Supremo Tribunal Federal para que a Justiça defina o que é receita líquida. O Paraná, por exemplo, paga mensalmente R$ 180 milhões em dívidas e isso, segundo o governador, impede que o governo realize obras que possam acelerar a geração de emprego no estado.

A outra é que o governo federal cumpra o compromisso do ministro Antônio Palocci de investir, ainda neste ano, R$ 8,5 bilhões no fundo de compensação para exportação, o chamado fundo Kandir. Os governadores também pedem a criação de fundo para desenvolvimento do Nordeste, com caixa inicial de R$ 2 bilhões, e a adoção de medidas urgentes voltadas à imediata retomada do desenvolvimento econômico, como investimentos em habitação, saúde, saneamento básico e infra-estrutura.

Segundo pesquisa do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), dezessete mil novos empregos foram cridos no Paraná só em março, um crescimento de 1,06%. A taxa brasileira no mês foi de 0,46%.

De acordo com a pesquisa, só nos três primeiros meses do ano, o Paraná gerou 34.923 novos empregos formais, o que representou 13.326 empregos a mais do que o gerado no mesmo período de 2003.

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