O senador Flávio Arns (PT) defendeu ontem uma reconciliação entre as forças políticas do Estado. Ao comentar as desavenças entre o governador Roberto Requião (PMDB) e o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), Arns reafirmou ontem a necessidade de paz na política do Paraná e o fim dos desentendimentos. ?É isso que está fazendo com que o Paraná regrida?, disse.
Arns declarou que foi este sentimento que o levou a se solidarizar com o prefeito, no episódio da denúncia do governador feita contra o irmão de Beto, José Richa Filho, durante reunião da escola de governo. O senador lembrou que a denúncia está sendo investigada pela Justiça e que ?não é admissível a homens públicos a falta de educação?. Para Arns, as referências feitas na escola de governo por Requião a Beto Richa e a Euclides Scalco não foram adequadas e quanto a isso todo o Paraná tem que se posicionar. ?O respeito deve nortear as relações de qualquer ser humano, particularmente se for detentor de um cargo público. Tudo isso eu disse na campanha, não é um discurso novo?, disse.
Arns afirmou que não tem nenhuma objeção à participação do PT no governo do Estado. Porém, acredita que os petistas que estão no governo não poderiam se manter em silêncio quando ocorrem episódios como o que aconteceu entre Requião e Beto. ?Não podem se calar, sob pena de ser co-responsáveis pelas afirmações. Sou contra esse tipo de desvalorização?, afirmou. O senador clarou que muitos integrantes do PT têm uma posição igual a dele no episódio, mas não podem dizer isso em público porque o partido está participando do governo.
Para Arns, atualmente um grupo do PT do Paraná não tem a possibilidade de fazer uma análise crítica do governo estadual, porque senão teria de entregar os cargos que ocupa. ?Fica difícil de contribuir, porque não está no comando e neste sentido não pode ter uma análise crítica da realidade?, declarou.
Pró-Osmar
Segundo o senador, foi também a necessidade de união da sociedade paranaense que o levou a apoiar a candidatura do deputado Gustavo Fruet (PSDB) à presidência da Câmara dos Deputados, assim como é favorável que o senador Osmar Dias (PDT) assuma o Ministério da Agricultura. ?Ele é uma referência no Senado Federal, seria uma honra para o Paraná tê-lo como ministro?, disse.
Arns avalia que o Paraná está perdendo espaço no âmbito federal. Segundo ele, quando declarou que Fruet era a melhor opção para a presidência da Câmara, além de reconhecer a competência do deputado, a sua opinião refletia o que a sociedade do Paraná procurava expressar.