Fiep é contra o projeto de Ricardo Barros

O governo do Estado anunciou ontem a adesão do presidente da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Rodrigo da Rocha Loures, à campanha contra a proposta de federalização do Porto de Paranaguá. Conforme projeto aprovado pela Câmara Federal, o porto seria transferido à União, inicialmente por um período de noventa dias, até que fossem efetuadas mudanças administrativas no porto.

O governador Roberto Requião (PMDB) participa amanhã, dia 30, do lançamento do movimento "O Porto é Nosso", a partir das 11 horas, em um ato público em Paranaguá. O governo espera a participação de mais de 500 lideranças políticas, dirigentes de federações empresariais e sindicatos de trabalhadores.

O presidente da Fiep manifestou sua posição contra o projeto do deputado federal Ricardo Barros (PP), defendeu o que chamou de "melhorias" no sistema de gestão e na infra-estrutura portuária, relacionou obras necessárias ao porto, mas não abordou a polêmica sobre a abertura do porto à exportação de produtos transgênicos. Segundo a assessoria da Fiep, este tema não diz respeito à entidade, mas está afeta à Ocepar (Organização das Cooperativas do Estado) e Faep (Federação da Agricultura do Estado) e o governo do Paraná.

Eficiência

Para o presidente da Fiep, o governo federal tem pouco conhecimento da realidade econômica local para administrar com eficiência o Porto de Paranaguá. "Sua atividade interessa diretamente aos empresários do nosso Estado. Por isso, é inaceitável que sua administração esteja a cargo do governo federal, que tem pouco conhecimento de nossa realidade econômica", declarou, segundo nota distribuída pelo Palácio Iguaçu.

Rocha Loures acha também que a União teria menos abertura para ouvir o setor produtivo e as decisões seriam menos ágeis. De acordo com o empresário, é possível conciliar os interesses público e privado na operação do terminal, sem necessidade de privatização.

Rocha Loures acrescenta que o Porto de Paranaguá precisa passar por melhorias que podem ser feitas com o porto estadualizado. "O que é preciso é articulação, negociação e diálogo para a estrutura funcionar melhor", defende o presidente da Federação das Indústrias. Ele lembra que o Fórum Industrial-Parlamentar Sul, formado pelas federações industriais da região e pelas bancadas federais dos três estados no Congresso Nacional, identificou a necessidade de investimentos federais de R$ 328 milhões para modernizar as instalações e a operação do terminal paranaense.

Obras

Entre estas obras, estão a ampliação de 820 metros do cais oeste, o que ajudaria a descongestionar a faixa portuária. O custo estimado da obra é de R$ 160 milhões. Rocha Loures mencionou ainda a necessidade de dragagem e aprofundamento dos canais de acesso e das bacias de manobra, para atender a navios de maior porte. A obra está orçada em R$ 55 milhões.

O presidente da Fiep citou também a recuperação e aprofundamento de 1.016 metros de cais acostável para 41 pés, a substituição e modernização dos equipamentos de expedição de granéis sólidos, a construção de 2 novos silos verticais para 120 mil toneladas, entre outras obras que considera necessárias para melhorar o funcionamento do porto.

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