Ferroeste quer entrar nos trilhos com o PAC

O presidente da Estrada de Ferro Paraná Oeste (Ferroeste), Samuel Gomes, designou ontem uma comissão para reunir-se com o governador Roberto Requião e com a ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, a fim de solicitar recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) aos projetos da empresa. A idéia é resolver o problema dos gargalos (trechos ruins) da ferrovia, localizados entre Guarapuava, Lapa e Ponta Grossa, onde os trilhos têm mais de 50 anos.

A Ferroeste estima ser necessário para isso cerca de R$ 500 milhões, quase 1/3 dos R$ 1,6 bilhão anunciados para todo o setor ferroviário brasileiro – quantia que poderia ser conseguida por meio de luta política, segundo o presidente. ?O PAC contempla apenas o traçado Guarapuava – Ipiranga?, diz Gomes, citando o caminho de 130 quilômetros alternativo ao atual, inicialmente orçado pela América Latina Logística em R$ 580 milhões e a ser viabilizado por parceria público privado (PPP). ?Cabe ao Paraná apresentar alternativa viável, como a realização de um consórcio envolvendo União, Estado e municípios e mobilização de linhas de financiamento junto ao BNDES?, exemplifica.

Para ele, o projeto da Ferroeste é mais interessante que o contemplado pelo PAC, já que Ipiranga reúne as cargas provenientes do norte do Estado e o escoamento do oeste implicaria em futuro congestionamento. ?Além disso, as obras permitiriam a redução do ciclo do trem de oito para até quatro dias; isso significa dobrar a quantidade de vagões, aumentando competitividade, atraindo cargas e levando desenvolvimento às cidades que se fizeram na beira dos trilhos.? Semana que vem, a proposta será levada ao governador Roberto Requião e, depois, a Dilma Rousseff. ?Vamos mobilizar mais adesões indo também à Assembléia Legislativa e à bancada federal.? Dentre os apoiadores do projeto da Ferroeste está a Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) e políticos como o ex-governador Emílio Gomes, militante do setor ferroviário. 

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