Faria de Sá pode presidir o Conselho de Ética em ano de Lava Jato

Foco das atenções em um ano onde a Operação Lava Jato será a fonte para dezenas de representações contra parlamentares, o Conselho de Ética da Câmara poderá ser presidido por um deputado que nunca integrou o colegiado. Em troca do apoio do PTB para sua eleição à presidência da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) prometeu o comando do colegiado para o deputado paulista Arnaldo Faria de Sá (PTB).

Investigado no esquema de corrupção na Petrobras, Cunha disse aos deputados Marcos Rogério (PDT-RO) e José Carlos Araújo (PSD-BA), antigos membros do Conselho e que disputarão o posto mais uma vez, que não vai interferir no processo. Peemedebistas revelam que Cunha já deixou claro que não quer Marcos Rogério no grupo que julgará os processos disciplinares por quebra de decoro parlamentar. O presidente da Casa já havia se comprometido com Faria de Sá que, em oito legislaturas, pediu para comandar um colegiado com destaque na mídia nacional.

Deputados reclamam que Faria de Sá apareceu de última hora numa eleição que também poderá ter o deputado Sérgio Brito (PSD-BA). Além do compromisso firmado com Faria de Sá, pesa a seu favor a firmeza como conduziu a sessão de instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, a experiência como parlamentar e sua capacidade de “cumprir missões”.

Sob o impacto da divulgação da primeira lista dos parlamentares sob investigação, o Conselho de Ética será instalado nesta quarta-feira (11). Além da presidência, outro assunto que promete tumultuar a sessão será a permanência do deputado Lázaro Botelho (PP-TO) no grupo. O pepista é um dos nomes incluídos na lista que a Procuradoria Geral da República (PGR) apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF). “Se ele ficar, vai demonstrar à sociedade que não há isenção no Conselho. É melhor que ele não esteja no colegiado”, avaliou o deputado Sandro Alex (PPS-PR).