Com o objetivo de levar informações para os eleitores e também possibilitar que eles denunciem políticos que atuarem de maneira ilícita, foi lançado pela Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Paraná (OAB-PR), ontem à tarde, o Comitê Cidadania e Voto Consciente – Eu Voto Bem.
A partir de hoje, a OAB-PR disponibiliza um telefone para denúncias e informações, o 41-3253-9840. Por este telefone também será possível tirar dúvidas sobre o pleito.
Os dados referentes às denúncias serão encaminhados para 66 advogados que estarão de plantão para analisá-los e encaminhá-los aos órgãos competentes. O comitê deverá funcionar nos próximos 60 dias.
O presidente da OAB-PR, Alberto de Paula Machado, explicou que o comitê não se resume apenas ao telefone de plantão. Segundo ele, as cerca de 20 entidades que compõem o comitê vão criar uma agenda mínima que será sugerida aos candidatos nas eleições deste ano.
“São pontos que as entidades consideram importantes, como por exemplo propostas para a educação e até mesmo propostas para que o processo seja mais transparente. Pretendemos levar estes pontos aos candidatos e fazer um debate com eles”, disse.
Machado destacou também que o papel das entidades é tornar público o comitê, para que cada vez mais pessoas possam conhecê-lo e fazer uso dele. “Vamos fazer eventos paralelos, principalmente em escolas, para multiplicar a informação sobre o comitê. Já conversamos com diretórios de estudantes para realizar isso”, completou Machado.
Durante o lançamento do comitê, várias entidades participaram. O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Rodrigo da Rocha Loures, disse que o principal objetivo do comitê é assegurar a lisura do processo eleitoral.
“Estamos trabalhando na constituição da agenda mínima. Para nós, propostas para a educação básica e fundamental, qualificação profissional para os jovens e gestão de transparência na administração pública são pontos fundamentais”, afirmou Loures.
O procurador geral de Justiça do Paraná, Olympio de Sá Sotto Maior Neto, fez comentários a respeito do afastamento das pessoas da política e dos candidatos que cometem atos ilícitos.
“Algumas vezes vemos processos eleitorais marcados pelo abuso do poder econômico e políticos que até mesmo se aproveitam da falta de consciência do eleitor. Precisamos questionar sobre que tipo de democracia representativa nós temos hoje”, disse o procurador geral.
Dom Ladislau Biernaski representou a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que também já está na luta pelo voto consciente. Ele afirmou que o comitê tem grande importância no sentido de tornar a política mais próxima da população.
“A idéia é fazer com que a nossa democracia seja cada vez melhor, e que não seja somente representativa, mas também participativa. O voto não tem preço, tem conseqüências”, afirmou Dom Ladislau.