Durante ato em Goiânia, PT e CUT defendem mandato de Dilma

Vestidos de camisetas vermelhas, empunhando bandeiras, e unidos por palavras de ordem e potentes alto-falantes cerca de uma mil pessoas, segundo os organizadores do evento, saíram em defesa do mandato da presidenta Dilma Rousseff nesta quarta, 16, em Goiânia. A Policia Militar quantificou em cerca de 250 manifestantes.

“Fora Cunha; Fica Dilma”, orquestrou o ex-deputado federal Pedro Wilson (PT), um dos líderes do movimento. “Não vai ter golpe”, defendeu. “Hoje é o nosso primeiro dia de rua, mas vamos intensificar na capital e no interior do Estado porque estamos em preparação para ocupar Brasília, em grande ato”, indicou.

A invasão prevista será antecedida de atos, que se multiplicarão no interior do Estado e na capital, informou Mauro Rubem, ex-deputado estadual e outro líder do movimento. “A Dilma não sai; a Dilma não sai”, acredita.

Durante as manifestações, com duração de uma hora e cercada por dois carros da PM e quatro policiais militares, não faltaram críticas e acusações a Cláudia Cunha – a mulher do Eduardo Cunha (PMDB), presidente da Câmara dos Deputados.

“Sem trabalhar na vida, ela (Cláudia) agora quer se aposentar?”, questionou Daiany Macedo, da União Brasileira de Estudantes Secundaristas (UBES). “Eles não vão tirar a Dilma, mas quem vai sair é o (Eduardo) Cunha”, defendeu.

Apesar do pequeno percurso da manifestação na rua, um único veículo e dos poucos manifestantes na Praça do bandeirante, os líderes do movimento acreditam estar no caminho de sucesso. “Hoje, a nossa preocupação não era a de reunir milhares e sim de sair à rua e começar”, disse Mauro Rubem. “Mas agora nós estamos nas ruas e não vamos sair”, afirmou. “Quem vai sair é o Cunha”.

Além do presidente da Câmara, o grupo, formado por trabalhadores, lideranças e membros da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e do Partido dos Trabalhadores (PT), também criticou o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB) por ter privatizado o sistema de transporte público.

O “Fora Cunha, Fica Dilma” não produziu tumultos nem confrontos, mas silenciou os petistas que evitaram comentar os números da Pesquisa Ibope sobre o Governo Federal. E nada se comentou sobre a nota que rebaixou o grau de investimentos do Brasil, dado pela agência de classificação de risco Fitch.