Disputas políticas afetam ações da Polícia Federal

Travada pela demora na definição dos membros da cúpula e alvo de disputas internas entre grupos de delegados, agentes, peritos e servidores, a Polícia Federal (PF) estreou em marcha lenta no governo Dilma Rousseff. O número de investigações abertas caiu de 22 ao mês em 2010 para menos da metade em janeiro e fevereiro deste ano.

Há mais de um mês no cargo, o diretor-geral Leandro Daiello Coimbra ainda não definiu os titulares das principais diretorias e das superintendências estaduais, alvos de uma disputa “peemedebista”. Ao contrário do antecessor, Luiz Fernando Corrêa, que promoveu expurgo geral logo nos primeiros dias, Coimbra veio para uma gestão de continuidade e cada mudança é cuidadosamente negociada com a base e com os cardeais da corporação.

A indefinição, além de atrapalhar as rotinas administrativas, vem provocando atraso no início de novas investigações, que duram em média um ano até que cheguem ao ponto de maturação. Permite ainda o aumento de musculatura dos lobbies. “As entidades corporativas tentam a todo custo emplacar seus preferidos e, quando não conseguem, exercem perverso poder de veto sobre o escolhido”, disse um delegado que pediu para não ser identificado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.