Diretório do PMDB de SP rebate declarações de Chalita

O diretório estadual do PMDB em São Paulo emitiu uma nota rebatendo as declarações do secretário municipal de Educação e presidente da legenda na capital paulista, Gabriel Chalita. Nesta terça-feira, 15, Chalita disse que deixará a legenda se a senadora Marta Suplicy for imposta como candidata na eleição à Prefeitura no ano que vem.

O secretário, aliado do prefeito Fernando Haddad (PT), disse que a “imposição” de Marta “vai contra tudo” que ele construiu dentro da sigla e afirmou ter filiado mais de 20 mil pessoas além de ter montado a juventude do PMDB. “O presidente Chalita confunde os números do partido quanto às filiações”, diz a nota assinada pelo deputado estadual Jorge Caruso, secretário-geral do partido no Estado.

Segundo o documento, Chalita entrou no partido em junho de 2011 e, segundo registros internos, entre 2010 e 2015, foram filiados 3.944 novos membros, “os quais foram indicados pelos mais diversos companheiros”. “Logo, matematicamente infundada a afirmação de que filiou 20 mil novos membros, salvo se ele (Chalita) o tenha feito em outra agremiação”, ironiza a nota.

“A Juventude Estadual e a Juventude Municipal não decorrem de ação do Chalita. A juventude na capital foi montada pelos vereadores do PMDB”, prossegue a nota, que diz ainda que o PMDB está “ativo na cidade, pois os membros do diretório e membros da executiva fazem reuniões por conta própria”.

A nota afirma que toda a militância do PMDB considera que a “candidatura própria se faz necessária”. “O PMDB tem compromisso com a cidade de São Paulo e não com o prefeito, ao contrário do Chalita”, diz o documento, em referência às articulações de Chalita para ser vice na chapa de Haddad em 2016.

A resposta assinada por Caruso critica indiretamente a ausência de Chalita das instâncias partidárias. Desde que assumiu a presidência municipal do PMDB, em 2011, Chalita convocou apenas uma reunião executiva. Nas últimas semanas, a direção passou a se reunir sem ele e com a presença de Marta.

Segundo a nota, o PMDB “reafirma que não tem dono” e é formado pelo “trabalho de muitas pessoas”, que “tem se preocupado em elaborar projetos e apresentar ideias para São Paulo, e discutindo de forma democrática, com quem frequenta o partido, ficando o convite para que o próprio Chalita passe a frequentar as reuniões partidárias, onde ele mesmo presenciará que não existe qualquer imposição”, conclui a nota.

Caruso é um dos principais aliados de Marta no PMDB em São Paulo, tem ajudado na elaboração de agendas da senadora na periferia aos fins de semana e desempenhou papel importante na aproximação com os quatro vereadores do partido. O deputado estadual esteve na noite de segunda, 14, em confraternização promovida por Marta com cerca de 300 apoiadores, inclusive a bancada de vereadores e dirigentes peemedebistas. Na ocasião, Marta disse que “graças a Deus, não vai ter disputa nenhuma” pela indicação no PMDB, pois ela será candidata.