Deputados do PMDB cobram definição eleitoral

Durante almoço ontem com o governador Orlando Pessuti, os deputados estaduais e federais do PMDB cobraram uma definição sobre a posição do partido nas eleições deste ano.

A preocupação dos deputados peemedebistas é uma só: o PMDB precisa garantir uma coligação proporcional que facilite a reeleição da maioria deles para a Assembleia Legislativa e Câmara dos Deputados.

Antes de sentar à mesa com o governador, pré-candidato ao governo, os deputados avaliaram as saídas que dispõem. A primeira é manter a candidatura de Pessuti e fazer uma aliança com o PT, o que incluiria uma coligação proporcional.

A outra pressupõe a desistência de Pessuti e apoio à pré-candidatura do senador Osmar Dias, formando um “chapão” com PT e PDT e outras siglas que entrarem no projeto. Ou ainda uma variação improvável, com o senador pedetista aceitando entrar na aliança como candidato ao Senado na chapa de Pessuti ao governo.

Havia uma terceira, a predileta da maioria dos deputados peemedebistas, assentada sobre o apoio à candidatura do ex-prefeito de Curitiba Beto Richa (PSDB) para formar um chapão proporcional com os tucanos.

Mas esta hipótese caiu em desgraça depois que surgiram as denúncias de irregularidades na Assembleia Legislativa e que atingiram o 1º. Secretário, Alexandre Curi, o mediador das negociações com o ex-prefeito. Alexandre estava cotado para ser o candidato a vice-governador na chapa de Beto.

O líder do governo, Luiz Claudio Romanelli, que já foi um entusiasta da aliança com os tucanos, agora diz que as bancadas federal e estadual precisam de uma posição das lideranças do partido.

“O Pessuti e o Requião que pensam bastante sobre o futuro devem nos dizer como é que se compõem as coligações para que, além de suas candidaturas, saiam beneficiados também os candidatos proporcionais”, comentou.

O deputado Rafael Greca confirmou que a coligação proporcional orienta as posições das bancadas. “A viga mestra é a coligação na proporcional”, disse Greca. Ele acha possível juntar o PMDB, PT e PDT no mesmo palanque de apoio à pré-candidatura da ex-ministra Dilma Rousseff à presidência da República.

“A política não pode ser um projeto de vaidades. Ainda que a vaidade seja o pecado predileto dos políticos”, observou. Para o deputado Artagão Junior, Pessuti e Osmar Dias poderiam fazer um acordo de apoio para o segundo turno das eleições, se ambos mantiverem as candidaturas no primeiro turno. “Nós não estamos trabalhando com a hipótese de o Pessuti desistir porque as pesquisas internas mostram que ele está tendo um crescimento gradativo”, afirmou.

Neste caso, Artagão acha que se o senador Osmar Dias demonstra disposição para ser candidato ao Senado na chapa de Beto Richa, poderia fazer o mesmo numa aliança com o PMDB.

“O Osmar tem dito que sente traído pelo Beto Richa. E ainda assim tem essa chance de ele ser candidato ao Senado com o PSDB. Por que não pode ser conosco?”, questionou.

Todas as alternativas discutidas pelos deputados e o governador ainda não foram debatidas com o ex-governador Roberto Requião, cuja posição ainda é uma incógnita. Nos bastidores, os deputados confirmam que a impressão geral é que o ex-governador está completamente absorvido na sua própria campanha ao Senado.