Deputado, um emprego que pode custar até R$ 3 milhões

A média de gastos estipuladas pelos partidos para uma campanha a deputado estadual é de R$1 milhão. Já para uma campanha a uma das trinta cadeiras do Paraná na Câmara dos Deputados está estimada em R$ 3 milhões. Os números foram apresentados pelos partidos à Justiça Eleitoral e servem como teto de despesas de campanha da disputa proporcional.

Mesmo com as limitações impostas pela legislação eleitoral, que proibiu a distribuição de brindes como bonés e camisetas, que ajudavam a elevar o custo das campanhas, os partidos jogaram para cima os valores. O PSDB e o PPS fixaram o teto para candidatos a deputado federal em R$ 3 milhões e para a Assembléia Legislativa em R$ 1,5 milhão. O presidente estadual do PSDB, deputado estadual Valdir Rossoni, disse que, dificilmente, esses serão os valores finais destes três meses de campanha na eleição proporcional. "Sem brindes, a campanha tende a ser bem mais barata. Nós estabelecemos o máximo. Mas tem tudo para ser uma campanha rápida e simples. É um número alto e não vai se chegar a isso", disse.

A coligação Voto Limpo, formada pelo PPS e PFL, calculou em R$ 3 milhões à campanha para deputado federal e R$ 1,5 milhão à campanha de deputado estadual. O secretário-geral do PPS, Rubico Camargo, disse que se trata de um valor máximo e que poucos serão os candidatos que apresentarão prestação de contas próximas ao teto. Camargo explicou que um ou outro candidato tem estruturas de campanha sofisticadas e que devem gastar mais. No entanto, a maioria não atinge essa cifra. Para Camargo, este ano, em decorrência das denúncias envolvendo a existência de caixa 2 na eleição presidencial de 2002, e do financiamento irregular de campanhas para parlamentares, os valores das prestações de contas devem ficar mais próximos da realidade. "Acredito que as campanhas até vão ficar mais caras do que eram na hora de apresentar as contas porque ao contrário do que acontecia antes, quando se subestimava o valor, os candidatos vão querer apresentar números reais", comparou.

No PDT, a estimativa de gastos da campanhas de deputados fica um pouco abaixo da previsão dos tucanos. O partido, que coligou para a disputa proporcional com o PSB, PP e PTB, projetou a despesa prevista para tentar eleger um deputado estadual em R$1 milhão. Já para deputado federal, o valor dobra.

O PMDB estimou em R$ 1,5 milhão a campanha à Assembléia Legislativa e R$ 3 milhões para deputado federal. E o PT, alvo nacionalmente de um bombardeio por causa das contas da campanha de Lula, em 2002, orçou em R$ 1,5 milhão o valor máximo para a campanha a deputado federal e em R$ 1 milhão para deputado estadual. Os valores valem para toda a coligação batizada Paraná Unido, formada pelo PT, PL, PCdoB, PRB, PHS, PAN.

Concorrência

A coligação Voto Limpo foi a que apresentou ao TRE o maior número de pedidos de registros para candidatos à Câmara dos deputados. Foram 46 candidatos. A segunda maior chapa foi protocolada pela coligação Paraná da Verdade (PDT, PP, PTB, PSB) com 44 candidatos, seguida pela coligação Paraná Unido, com 42 candidatos a deputado estadual. O PMDB apresentou 26 nomes e o PSDB pediu registro para 21 nomes. A Coligação Frente de Esquerda do Paraná, que reúne PSOL, PSTU, PCB, pediu registro para seis candidatos à Assembléia Legislativa. A coligação Renova Já, formada pelo PTN, PMN, PTC, Prona e PtdoB, apresentou 22 candidatos a deputado estadual. Já as chapas de partidos únicos ficaram assim: PSL (6), PRTB (7), PDC (4), PCO (1), PSC (5), PV (35).

Para a Assembléia Legislativa, foram protocoladas as seguintes chapas: coligação Voto Limpo (84), PMDB (50), coligação Paraná Unido (82), PSDB (35), PSL (12), PRTB (14), coligação Paraná de Verdade (84), PSDC (14), coligação Frente de Esquerda do Paraná (9), coligação Renova Já (58), PCO (1), PSC (14), PV (52), PRP (2), PSB (29). 

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