DEM e PPS aguardam definições de aliados

Aliados do PSDB e PDT nas eleições de 2006 e 2008 e sem candidatos próprios ao governo do Estado, o PPS e o DEM assistem ao longe as distensões nas relações entre pedetistas e tucanos, que ameaçam se separar nas eleições do próximo ano.

No DEM, a dúvida sobre de que lado o partido vai ficar, se houver a cisão entre o senador Osmar Dias e o prefeito Beto Richa, já foi levantada e dividiu a sigla. O presidente da Assembleia Legislativa, Nelson Justus (DEM), não hesitou. Disse que sua opção, se houver separação, é pelo PSDB.

“Não se pode negar que, em algumas regiões, alguns preferem o Osmar. Da mesma forma que deixei clara minha posição de que eu era Requião, na eleição passada, se o Beto for candidato, estarei com ele. Se for o Álvaro (senador Alvaro Dias), minha posição no partido é pelo apoio a ele”, disse Justus.

Para o democrata, a aproximação do senador Osmar Dias ao PT irá pesar na decisão do partido. “Não tenho dúvida que, neste caso, não tem jogo”, disse. Independente de qual seja a decisão final, o partido não tem como fugir desta discussão, destacou. “A partir de agora, não podemos deixar de discutir este assunto. Estava cada um falando por si. Vamos ter que discutir para afinar a banda”, disse.

Poder moderador

Anderson Tozato
Nelson Justus: “Não tem jogo”.

Já o vice-presidente do DEM, deputado Durval Amaral, acha que não há motivo para pressa na tomada de posições. “O DEM deve agir como um partido moderador. Se não houver consenso, faremos a opção na hora certa. Mas, neste momento, o nosso papel é trabalhar pela aliança”, disse Amaral.

Ele tem dificuldades em acreditar que o grupo vá se dividir em duas candidaturas. “São três grandes nomes para o governo e sete posições-chave. Não tem como não haver entendimento”, disse Amaral.

Às candidaturas de governador e vice-governador e às duas vagas ao Senado, Amaral soma dois cargos de ministro no governo federal e ainda o cargo de prefeito. Para o deputado, tem espaço para todos os partidos e não há razão para rompimentos.

O presidente estadual do DEM e pré-candidato ao Senado, Abelardo Lupion, disse que até junho do próximo ano, não há possibilidade de o DEM se definir. “Ninguém tem o poder de adiantar o calendário eleitoral”, disse Lupion.

Ele observou ainda que uma união do PDT com o PT poderia afastar, “mas não necessariamente”, os democratas do palanque de Osmar. Mas não vê motivos para sofrer por antecipação.

Lupion acha que o senador somente vai fechar seus compromissos no próximo ano. “O senador não precisa dos candidatos a presidente. Os candidatos a presidente é que precisam do senador”, justificou.

Mas Lupion já escolheu o seu lado. Disse que o acordo firmado em 2008 previa que todos apoiariam a reeleição do prefeito de Curitiba e, em 2010, estariam juntos, novamente, em torno da candidatura do senador Osmar Dias ao governo.

“Estou simplesmente mantendo a minha palavra e a do partido, como até o nosso presidente nacional (deputado federal Rodrigo Maia) já disse ao prefeito Beto Richa”, comentou.

Chamado nacional

Fábio Alexandre
Rubens Bueno: sem estresse.

No PPS, o nível de ansiedade é baixo. Pelo menos é o que expressa o presidente estadual do partido, Rubens Bueno. “Neste momento, as coisas parecem radicalizadas. Mas os partidos continuam tão próximos quanto antes. Temos problemas, é claro, essa negociação do Osmar com o PT, a saída do Beto três anos antes de ter,minar o mandato. Mas nós vamos resolver tudo isso, tenho certeza”, afirmou.

Bueno acha que tanto o PSDB como o PDT têm todo o direito de postular suas candidaturas próprias, sem que isso represente ruptura de acordos. E cita também a disputa nacional como um fator que não pode ser desconsiderado neste processo local.

“Há um projeto nacional e a hora vai chegar de indicar o candidato da aliança. Eu não vejo como essa aliança não possa vingar. É a chance de restabelecer a força política do Paraná no cenário nacional”, afirmou Bueno.

Por enquanto, o PPS ainda não discutiu candidaturas majoritárias. Bueno estuda o que chamou de um “chamado do partido” para concorrer à Câmara dos Deputados.