“Dança das cadeiras” altera bancadas

Nas próximas semanas os partidos representados na Câmara Municipal de Curitiba deverão passar por novas alterações no número de vereadores. Alguns vereadores que estavam sem partido ou colocaram-se como independentes devem assinar suas fichas de filiação, mexendo com o quadro de aliados e oposicionistas ao prefeito de Curitiba, Cássio Taniguchi (PFL).

Segundo o líder do PMDB, vereador Paulo Salamuni, o partido está aberto a receber novos filiados, desde que eles aceitem algumas determinações. “Não adianta vir para o partido e na hora de uma votação ficar em cima do muro ou votar com o prefeito. Quem vier para o PMDB tem que ser oposição, e junto com a ficha de filiação tem que assinar também as CPIs do Caixa 2, da Fundacen e do FAS”, disse.

O partido, que hoje tem apenas dois vereadores – além de Salamuni, Celso Torquato -poderá receber mais dois vereadores. Os convites já foram feitos para Fábio Camargo (PSC) e Luiz Felipe Braga Côrtes (PFL). Camargo já anunciou que está deixando sua legenda, e Côrtes afirmou que ainda está analisando o que fará. “Estou estudando sair do partido, e provavelmente devo deixá-lo depois da Páscoa. Eu entrei agora na Câmara, não tenho amarrações com ninguém e me sinto independente. Sempre votei no que acho correto, e até agora não participei de nenhuma reunião da bancada de apoio ao prefeito”, contou.

Confirmada a saída de Camargo, o PSC corre o risco de ficar com apenas dois representante na Casa (Paulo Frote e José Roberto Sandoval). Em menos de um mês o partido perdeu dois vereadores. Nely Almeida, que entrou em janeiro em substituição a Mauro Moraes, eleito deputado estadual, retornou ao PSDB. E Elias Vidal, que também já deixou a sigla, deverá ir para o PFL. “Recebi ainda convites do PL e do PMDB, mas ainda estou analisando as propostas”, contou.

Depois de sete meses sem partido, Jonathas Pirkiel (que deixou o PMDB em setembro do ano passado), decidiu se filiar ao PL. Ele assumiu o cargo em fevereiro, no lugar do vereador licenciado Marcelo Almeida, que está atualmente na diretoria geral do Detran. Segundo ele, seu objetivo é manter uma posição coerente, votando de acordo com seus princípios.

Maioria

Atualmente o bloco de apoio ao prefeito conta com 26 vereadores. Mas todas estas alterações partidárias podem mudar este quadro. Hoje o PSDB conta com a maior bancada na Câmara, com nove vereadores. Em seguida vem o PT, com seis, e PFL com cinco.

Quando foram eleitos, em 2000, o número de representantes de cada partido era bem diferente. O PFL tinha nove representantes e o PSDB e PMDB tinham três cada.

A situação mais interessante é a do PT, único partido que não ganhou nem perdeu vereadores. Em 2000 o partido contava com seis vereadores, mesmo número de agora. A única diferença é que três vereadores foram eleitos no ano passado para a Assembléia Legislativa e Câmara Federal, mas os suplentes que assumiram permanecem no PT.

Para o vereador André Passos estes números comprovam a história de coerência do partido. “Quando alguém entra no PT é após uma ampla discussão. Tem que haver identidade”, explicou. “A regra no partido é começar de baixo e ir crescendo. Mas o PT não é impermeável. Se houver identificação, como no caso do Jorge Samek (que já foi do PMDB) e do Flávio Arns (ex-PSDB) estas pessoas serão aceitas. O PT está disposto a receber novos filiados mas para isso há critérios que são levados em conta”, disse.

Passos lembrou que a decisão de aceitar novos filiados não é sua, mas disse que considera pouco provável que os vereadores de outros partidos queiram mudar para o PT. “Qualquer pessoa que queira entrar vai passar pela decisão do diretório estadual. Mas acho que dos que estão dispostos a trocar de sigla, nenhum pretende entrar no PT, mas sim manter uma relação política com o partido”. De acordo com o vereador, o número de vereadores do partido é satisfatório. (Fabiane Prohmann)

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