Cúpulas do PT e PMDB fecham aliança no dia 24

O estado-maior da candidatura do deputado Ângelo Vanhoni (PT) à Prefeitura de Curitiba, formado por integrantes das cúpulas de seu partido e do PMDB municipal, marcaram para o próximo dia 24 (pode ser antecipado para o dia 23) um ato no Restaurante Madalosso para oficializar o arremate do acordo eleitoral entre as duas siglas.

A iniciativa poderá se transformar numa declaração de guerra com a ala pró-candidatura própria, já que a confraternização será realizada logo após o encerramento da pré-convenção convocada pela direção municipal do PMDB para delimitar as forças internas do partido de forma a que a ala pró-aliança possa confirmar sua posição.

A direção municipal peemedebista aposta que vence a convenção e sufoca o grupo liderado pelos deputados Gustavo Fruet e Rafael Greca, que tentam garantir a sobrevivência da tese da candidatura própria até a convenção oficial que, conforme as regras da Justiça Eleitoral, devem ser realizadas entre 10 e 30 de junho. No caso do PMDB, a data escolhida é 12 de junho.

O presidente do diretório municipal do PMDB, Doático Santos, disse que a pré-convenção deve transcorrer tranqüilamente, já que o outro grupo não reconhece o encontro: “O Gustavo já declarou que não reconhece, portanto, não deve participar. O Greca tem a mesma posição”, comentou.

Visibilidade

O almoço do dia 24 é o primeiro ato da ofensiva da aliança PT-PMDB decidida em encontro realizado no escritório político do deputado estadual Ângelo Vanhoni, na última quarta-feira, quando foi feito um balanço sobre o processo de evolução da candidatura. Um dos diagnósticos foi que, além de conter o avanço da ala pró-candidatura própria, o PMDB e o PT precisam dar mais visibilidade a Vanhoni, que passou os últimos meses restrito à Assembléia Legislativa, onde exercia a liderança do governo.

Liberado da função, Vanhoni já começou a participar de reuniões com agentes e lideranças comunitários que foram cadastrados durante uma pesquisa realizada pelo PT em toda a cidade. O próximo passo é elaborar uma agenda comum do PMDB e do PT para ampliar a estratégia das reuniões nos bairros: “Nós queremos fazer encontros com lideranças setoriais e para termos uma agenda comum de campanha”, explicou Doático.

Acordo não preocupa deputados

Os defensores da candidatura própria do PMDB não se mostram preocupados com o avanço das negociações pró-aliança com o PT. Eles analisam sua movimentação como resultante de preocupação destas lideranças e uma certa ansiedade gerada pelos reveses dos últimos dias, inclusive na tentativa de acoplar ao grupo o PTB.

Para o deputado federal Gustavo Fruet, ao lado do deputado estadual Rafael Greca, à sucessão de Cassio Taniguchi (PFL), vários fatos recentes vêm criando obstáculos para a pretendida coligação, desde a decisão do deputado Michel Temer, de disputar a Prefeitura de São Paulo, até as dificuldades enfrentadas pelo governo federal para contornar a crise detonada pelo escândalo Waldomiro Diniz (ex-assessor do ministro-chefe da Casa civil, José Dirceu, que foi acusado de ter cobrado propina de bicheiros do Rio de Janeiro:

“O quadro vem sofrendo mudanças que vão exigir também uma nova postura do PMDB??, opina Fruet, lembrando que o encontro do dia 24 não tem força legal: “Quando muito, marca a orientação do grupo. Decisões com efeitos eleitorais só podem ser tomadas nas convenções de junho, estabelecidas pelo TSE”.

Almoço

Anteontem, Greca e Gustavo reuniram para um almoço-trabalho, em Curitiba, a bancada de vereadores do PMDB da Câmara Municipal. Eles discutiram estratégias para ampliar ainda mais os apoios à candidatura própria peemedebista. Os defensores da indicação de um nome do partido para concorrer à prefeitura ganharam mais um aliado: o vereador Ede Abib, que fez questão de assinar o livro de presença e de apoio à candidatura própria.

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