CPMI pede quebra de sigilo bancário no caso da Copel

A senadora Ideli Salvati (PT-SC) e o deputado federal Carlos Abicalil (PT-MT) apresentaram ontem à CPMI dos Correios, requerimento pedindo a quebra dos sigilos bancário e fiscal de 13 empresas e seis pessoas envolvidas com as denúncias de desvio de verbas ocorridas na Copel em 2002. As pessoas e as empresas foram citadas pelo doleiro Alberto Youssef, durante depoimento prestado na sub-relatoria de Fontes Financeiras da Comissão, no dia 17 de outubro. Pelo entendimento da senadora e do deputado, as pessoas e as empresas que devem ter os sigilos quebrados agora, estão envolvidos de alguma maneira com as irregularidades apuradas pela CPMI dos Correios.

Será pedida a quebra dos sigilos fiscais e bancário do presidente da Copel na época, Ingo Hübert; do ex-secretário de governo, José Cid Campêlo Filho; do então conselheiro e atual presidente do Tribunal de Contas do Paraná, Heinz Herwig; do proprietário da empresa Embracom, Maurício Roberto Silva; do deputado estadual José Durval Mattos do Amaral (PFL) e do assessor do ex-governador Jaime Lerner, Guaracy Andrade.

Hübert e Campêlo Filho já foram presos (junto com outras sete pessoas, em junho do ano passado) porque seus nomes contavam no relatório da subcomissão da Copel que cuidou das investigações sobre créditos tributários e apurou as denúncias de irregularidades em duas operações na Copel durante o mandato do ex-governador Jaime Lerner. Uma delas foi a compra de créditos de ICMS da empresa declarada falida Olvepar, no valor de R$ 39,6 milhões. A outra, foi o contrato, sem licitação, firmado com a Associação dos Diplomados das Faculdades de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (Adifea). Conforme o relatório final da CPI da Copel, a entidade recebeu R$16,8 milhões para realizar o levantamento de créditos tributários e encontrar uma solução para a compensação de créditos de natureza diferenciada. Deste total, R$ 10,7 foram repassados a Maurício Roberto Silva, proprietário da Empresa Brasileira de Consultoria (Embracon), que distribuiu o montante para 36 pessoas físicas e jurídicas. Entre os destinatários da Embracon está a corretora Bônus-Banval, pela qual supostamente o empresário Marcos Valério teria operado o esquema do "valerioduto".

As empresas que estão listadas no requerimento são: PSF Informática Ltda.; Eleon Fomento e Participações Ldta.; DDL Distribuição e Comércio Ltda.; Enconar Manutenção e Construção de Ar Condicionado Ltda.; JBS 1 Informática Ltda.; Mix-Trade Comércio Internacional Ltda.; Mega Up-Trade Informática Ltda.; Set Sistem Reparos de Sistemas Ltda.; Overjet Informática Ltda.; Rodosafra Logística e Transportes Ltda; Embracom e Yahweh-Nissi Importação e Exportação Ltda.

De acordo com o deputado Tadeu Veneri, relator da CPI da Copel, todas as empresas citadas prestaram serviços para a Copel e receberam dinheiro da estatal. Das 13, onze têm sede no Rio de Janeiro – a Embracom tem sede em Curitiba e a Rodosafra, em Paranaguá – sendo que empresário Rogério Figueiredo Vieira (que também foi preso no ano passado) é procurador ou proprietário de seis delas.

Veneri disse que vai sugerir à senadora Ideli e ao deputado Abicalil que peçam também a cópia do contrato social das empresas listadas. "Desta maneira, será possível verificar a participação de cada um (dos proprietários) nas empresas e ver como elas se cruzam", disse.

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