CPI da Copel ouve MP sobre desvios de recursos

A CPI da Copel vai receber hoje os promotores do Ministério Público estadual responsáveis pelas investigações da denúncia de desvio de recursos públicos pela Copel por meio da compra de créditos tributários da empresa Olvepar. A operação, realizada no final do ano passado, já desencadeou duas ações do Ministério Público, que aponta um prejuizo de R$106 milhões ao Estado. Os promotores Guilherme Freire, Marcelo Alves de Sousa e José Geraldo Gonçalves vão fazer um relatório para os deputados integrantes da CPI de todas as informações já levantadas pelo Ministério Público sobre o caso.

A partir das informações prestadas pelos promotores, o presidente da CPI, deputado Marcos Isfer (PPS) irá decidir se aprova a convocação de 18 envolvidos na operação, proposta pelo relator da sub-comissão dos Créditos Tributários, Tadeu Veneri (PT). Por enquanto, Isfer não confirmou a convocação do ex-presidente da Copel e ex-secretário da Fazenda, Ingo Hubert, um dos depoimentos solicitados pelo sub-relator. Isfer disse que os promotores podem contribuir também com dados sobre outras das linhas de investigação da CPI que possam ter sido apuradas pelo Ministério Público, como a divisão da empresa em subsidiárias e os contratos de compra de energia.

Veneri apresentou ontem em plenário um requerimento solicitando informações ao governo do Estado a respeito de contratos que tenham sido firmados pela administração direta e indireta com a Associação dos Diplomados da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade da Universidade de São Paulo -Adifea. Entre os documentos divulgados na semana passada pela presidência da Copel estavam as cópias dos contratos firmados pela administração anterior com a Adifea para prestação de serviços de recuperação de créditos tributários. O relator da sub-comissão pede ao governo que informe os valores dos contratos e se houve processo licitatório para a escolha da empresa.

Banestado

A CPI do Banestado retoma seus depoimentos amanhã. Serão ouvidos a contabilista e assessora da vice-presidência do Banestado em 98, Eliody Werneck de Andrade, e o gerente da Divisão de Contabilidade e responsável pelo balanço da empresa no período entre 99 e 2000, Georg Ernest Wieler. A CPI quer obter esclarecimentos junto aos dois funcionários sobre a situação do Banestado em 98, quando registrou seu maior prejuízo, e ainda detalhes sobre a privatização do banco.

Também está convocado para depor o ex-gerente da inspetoria e da auditoria realizada em 98 no banco, Domingos Matias da Silva. A intenção da presidência da CPI é descobrir por que naquele ano, apesar dos resultados negativos, não houve uma intervenção mais incisiva do governo na instituição.

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