CPI aprova quebra de sigilos de Perillo e Agnelo desde 2002

A CPI do Cachoeira aprovou hoje a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico dos governadores de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), desde 2002. Ontem, Agnelo se dispôs, em depoimento à comissão, a abri-los. O oferecimento do petista levou o tucano Marconi Perillo a fazer o mesmo -ação que havia negado em depoimento à CPI na terça-feira.

“Sei que não é usual uma testemunha fazer o que vou propor agora, mas não posso conviver com desconfiança e coloco aqui, à disposição da CPI, meu sigilo bancário, fiscal e telefônico”, disse Agnelo ontem em um depoimento de mais de dez horas. Durante o depoimento de Agnelo, Perillo anunciou ter mudado de ideia. “Telefonei para os dois líderes do PSDB, na Câmara e no Senado, autorizando a quebra dos meus sigilos assim como já foi feito pelo governador de Brasília [Agnelo Queiroz]. Quem vai estabelecer os períodos é a CPI. De qualquer maneira, os líderes já foram autorizados por mim a procederem a quebra dos sigilos”, afirmou.

A declaração foi dada em entrevista coletiva em Goiânia. Perillo, entretanto, não disse quais sigilos aceita abrir -fiscal, bancário ou telefônico. O sigilo de Agnelo, na verdade, já havia sido quebrado pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça), que investiga sua passagem pelo Ministério do Esporte. Os dados poderiam ser pedidos pela CPI.

As informações sigilosas dos governadores podem revelar se eles receberam dinheiro do empresário Carlinhos Cachoeira, além de mostrar se tinham renda para justificar evolução patrimonial. Os dois falaram à CPI sobre suas relações com o grupo do empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso acusado de corrupção.