Copel quer outras integrantes do Dominó

Além da proposta já feita à empresa francesa Sanedo, a Copel também está abrindo negociações para adquirir a participação acionária das duas outras integrantes do Consórcio Dominó, que detém 30,7% das quotas da Sanepar. O consórcio é formado pelo grupo francês Sanedo (ex-Vivendi – 30%), Andrade Gutierrez (27,5%), Daleth Participações (27,5%) e a Copel Participações (15%). O líder do governo, Luiz Claudio Romanelli (PMDB), disse que a intenção do governo do Estado é recuperar o controle integral da companhia. Romanelli revelou o projeto do governo ao confirmar, ontem, a participação do presidente da Copel, Rubens Ghilardi, e do diretor jurídico da empresa, Zuuki Sakakihara, na reunião da Comissão de Constituição e Justiça de hoje.  

Ontem, o líder da oposição, Valdir Rossoni (PSDB), anunciou que o bloco decidiu esperar pelas explicações da direção da Copel antes de ingressar com uma ação judicial para impedir a compra das ações da Sanedo. ?Nós não sabíamos das negociações com outras empresas. Resolvemos adotar uma atitude cautelosa. Vai que de repente vem mais uma trapalhada que venha a reforçar a substância dos nossos argumentos jurídicos?, disse o deputado tucano.

Romanelli afirmou que a direção da Copel está pronta a responder a todas as dúvidas da oposição. Uma delas diz respeito à diferença entre o valor da proposta de venda feita pela Sanedo, de 42 milhões de euros, e a oferta da Copel, que de acordo com documentos da bancada de oposição, foi de 42,49 milhões de euros. O líder do governo afirmou que os 490 mil euros correspondem ao saldo que a Sanedo tem no caixa do consórcio. ?Quando se compra a parte da empresa, é preciso comprar também a sua participação em caixa. O valor a mais é o que a Sanedo tem como integrante do consórcio?, disse Romanelli.

Por etapa

Na ação, a oposição também está alegando que a Copel está impedida de comprar a parte da Sanedo no consórcio porque a lei estadual 13.286, de 2004, somente permite à empresa de energia se associar a empreendimentos com a iniciativa privada na condição de sócia majoritária. Romanelli disse que o governo está negociando por etapas. A compra da participação da Sanedo contabilizará para a Copel 45% das ações, mas a intenção é fechar negócio com as outras duas empresas. ?A lei autoriza a empresa a comprar as ações para viabilizar a condição de sócia majoritária?, justificou.

Romanelli declarou ainda que também espera um esclarecimento do presidente da Copel sobre o valor de venda que a oposição alega que é superior ao estabelecido no contrato. A lei de 2004 estabelece que, em caso de parcerias já existentes, a Copel deve pagar pelas ações dos demais sócios o valor subscrito no contrato social, registrado na Junta Comercial, até fevereiro de 2003. 

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