Concessões de usinas da Copel em discussão

Os deputados federais do Paraná se reúnem amanhã com o presidente da Copel, Ronald Ravedutti, para debater os contratos de renovação das concessões de usinas e as medidas do Banco Central, que restringem o acesso ao crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pelas estatais.

Ravedutti disse que o Estado precisa ter uma posição em regime de urgência sobre os dois temas propostos pela Copel para análise das bancadas paranaenses, aberta também aos atuais e futuros senadores do Estado.

“A renovação das concessões, especialmente a da nossa distribuidora, é fundamental para o interesse público e crucial para a subsistência da Copel como empresa integrada de energia”, justificou o presidente da empresa.

Ravedutti disse ainda que há pressa nas definições já que a incerteza quanto ao posicionamento da companhia no mercado interfere na relação com os investidores.

“Quanto mais o tempo passa sem que se defina como ficarão essas concessões, mais cresce a incerteza entre os investidores e entre as instituições financeiras, que tendem a elevar ainda mais os custos de captação de recursos, qualquer que seja a modalidade”, emendou.

Quanto ao impedimento de estatais se credenciarem às linhas de crédito de instituições estatais, como as oferecidas pelo BNDES, o presidente da Copel é enfático ao propor mudanças.

“No que diz respeito às estatais do setor elétrico, essa prática não tem mais razão para continuar existindo”, disse ao comentar a decisão do Conselho Monetário Nacional, detalhada em resoluções do Banco Central, que proibiu os bancos e demais instituições de financiar ou emprestar dinheiro a empresas e organismos vinculados à administração pública.

Para Ravedutti, essa restrição terá impacto negativo para as estatais do setor elétrico, deixando-as em situação de desvantagem na competição com as empresas privadas.

“Acho que é um contrasenso um banco estatal como o BNDES, por exemplo, poder financiar com dinheiro público e barato as empresas privadas, mesmo as estrangeiras, enquanto nega as mesmas condições às empresas estatais”, reclama. “Não há isonomia no tratamento”. queixou-se.

Consórcios

Enquanto discute com os representantes federais do Estado no Congresso Nacional as leis que podem afetar a companhia, o governo do Estado tenta aprovar na Assembleia Legislativa a mensagem que permite à Copel entrar como sócia minoritária de companhias privadas em usinas e negócios de distribuição e transmissão de energia, assim como na área de telefonia.

O projeto foi aprovado em primeira discussão, mas foi retirado de pauta na segunda votação devido à uma emenda apresentada pelo deputado Tadeu Veneri (PT). A proposta de Veneri impede que a companhia assuma a condição de sócia minoritária nos empreendimentos, mantendo os termos da lei em vigor.