Comitê fará mobilizações pelo mínimo regional

Diante da posição contrária das maiores entidades empresariais do Estado, como a Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) e a Associação Comercial do Paraná, à criação do salário mínimo regional nas faixas de R$ 427 e R$ 437, as centrais sindicais dos trabalhadores e o Comitê em Defesa da Aprovação do Mínimo Regional vão reagir realizando um ato público neste 1.º de Maio e também uma vigília na Assembléia Legislativa para acompanhar a votação da proposta.

A decisão do presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão (PSDB), de antecipar do dia 3 para o dia 2 de maio a votação da proposta, de autoria do governador Roberto Requião (PMDB), deixou o comitê em estado de alerta. A iniciativa de Brandão foi vista como uma tentativa de esvaziar a mobilização que estava prevista para a data original da votação, na quarta-feira, quando estava programada uma manifestação nas galerias da Assembléia Legislativa para pressionar os deputados a aprovarem o novo piso. No dia, o comitê irá apresentar aos deputados um requerimento popular, pedindo a aprovação do novo piso regional, que ontem já estava subscrito por 40 mil trabalhadores.

Ontem, o presidente do comitê, Doático Santos, disse que já está convocando nova mobilização para a terça-feira. E nesta segunda-feira, o ato público do Dia do Trabalho, que será realizado na praça central da Vila Nossa Senhora da Luz, terá como tema o novo piso regional. As centrais convidaram Requião para participar do ato. ?Será a primeira vez que todas as centrais sindicais estarão juntas defendendo a mesma proposta?, afirmou.

Transmissão direta

A CUT, CGT e Força Sindical já manifestaram posição favorável à proposta de Requião na rodada de audiências promovida por Brandão, na Assembléia Legislativa. Agora, as centrais planejam se juntar ao comitê para monitorar a votação. As entidades e o comitê também estão negociando com a TV Educativa a transmissão direta da sessão da próxima terça-feira.

Além de lotar as galerias, as entidades estão se organizando para instalar telões e um trio elétrico nos arredores da Assembléia Legislativa, no dia da votação. ?Ninguém vai esconder essa sessão, caso não haja lugar para todo mundo nas galerias?, afirmou Doático.

Na semana passada, o PSDB, PFL e PDT, que têm deputados compondo o bloco de oposição, prometeu votar favoravelmente à proposta, da mesma forma que o PT e PMDB. Apenas o PPS anunciou que irá apresentar uma emenda à mensagem, estabelecendo mecanismos de correção anual dos novos valores.

As entidades empresariais alegam que o novo piso vai gerar desemprego e aumentar o trabalho informal devido à incapacidade financeira das empresas de suportar os novos valores. Já o governo e as centrais sindicais asseguram que um salário regional maior que o nacional pode impulsionar a economia do Estado.

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