Enquanto a bancada de oposição trabalha para conseguir as 13 assinaturas necessárias para instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as denúncias contra o presidente da Câmara Municipal de Curitiba, João Cláudio Derosso (PSDB), a bancada tucana, maior da Casa, com 14 vereadores, inicia um contra-ataque. Foram protocoladas na Comissão de Ética da Câmara, denúncias contra duas das vereadoras que mais tem cobrado respostas quanto as supostas irregularidades cometidas por Derosso: Professora Josete (PT) e Renata Bueno (PPS).
Contra Josete, a denúncia trata de um panfleto distribuído pelo gabinete da vereadora defendendo o afastamento de Derosso da presidência da Casa. Segundo a denúncia, encaminhada por um cidadão comum, mas defendida pela bancada do PSDB, a vereadora estaria utilizando de recursos públicos para fazer propaganda pessoal. Josete argumentou que utilizou da cota de fotocópias (4 mil cópias que cada vereador tem direito) e que não vê o panfleto como promoção pessoal. “É um boletim do nosso mandato, dando a nossa posição sobre o que está acontecendo na Câmara. Improbidade seria silenciar sobre todas essas irregularidades”, disse. Confiando de que será inocentada pelo Conselho de Ética, a vereadora lançou um desafio. “Eu devolvo os R$ 200,00 que gastei com xeróx e o presidente Derosso devolve os R$ 30 milhões”.
Já a vereadora Renata Bueno foi denunciada por ter seu tio Leonesto Emilio Eitelwein trabalhando em cargo comissionado na Câmara. Segundo a denúncia, Leonesto está registrado no gabinete do vereador Zé Maria (PPS) desde janeiro de 2005. “Ele trabalha para o Zé Maria desde antes de eu nascer. Está aqui na Câmara antes de eu ser eleita vereadora”, justificou Renata. “É um excelente funcionário, está comigo há muitos anos. Se a legislação me obrigar a exonera-lo, não terei o que fazer. Será uma pena. Mas, até agora, ninguém me procurou com essa denúncia”, emendou Zé Maria.
O vereador tucano Emerson Prado descartou que as denúncias sejam retaliações às vereadoras. “Assim como defendemos a apuração de todas as denúncias contra o presidente Derosso, no instrumento mais correto que é o Conselho de Ética, também queremos que qualquer outra denúncia seja profundamente investigada, para dar total transparência ao que acontece na Casa”, justificou.